Estou lendo o “Livro de Jó”, que conta a história deste homem, popularmente conhecido por sua paciência (paciência de Jó, se diz). Por indicação, e reconhecendo o valor da paciência, virtude das mais difíceis de cultivar, lancei-me à leitura, que vou tentar comentar neste e em futuras postagens.
Tido por todos e por ele mesmo considerado afortunado e justo, tudo segue bem até o dia em que sobrevém a Jó inúmeras desgraças. Perde tudo, bens e filhos; adoece de chagas indescritíveis. Mesmo incitado pela esposa, recusa-se a mal-dizer Deus: “O Senhor deu, o Senhor tirou, bendito seja o nome do Senhor”. Sabendo de sua situação, três amigos – Elifaz, Baldad e Sofar – o vêem visitar e com ele estar, confortá-lo. Passam inicialmente sete dias e noites em silêncio com ele, “vendo como era atroz o seu sofrimento”. Até que uma série de discursos tem início, deles e de Jó.
Estou neste ponto, lendo o primeiro ciclo de discursos, que são lindíssimos. Jó lamenta-se, mal-diz o dia do seu nascimento, vacila: “Sucede-me o que mais temia, o que mais me aterrava, acontece-me. Não tenho sossego nem paz, não tenho descanso; sobrevém-me a pertubação”. Seus amigos então tentam confortá-lo, incutir-lhe esperança e fé, fibra e firmeza para suportar o que presentemente passa. Mas Jó retoma a palavra, e a sensação é que todo o desalento que dentro dele há vai aos poucos, e cada vez com maior intensidade, ganhando voz. “Por que não perdoas meu delito e não deixas passar a minha culpa?”, roga e implora.
No ponto em que cheguei, Jó finalmente queixa-se de Deus, e pede explicações do que contra ele pode o Senhor ter. É nítido que se sente injustiçado. “Acaso te agrada oprimir-me, desdenhar a obra de tuas mãos, e favorecer os desígnios dos ímpios? (...) Tuas mãos me formaram e me modelaram em todos os pormenores, e agora queres aniquilar-me?”. Pede então para morrrer.
Um comentário:
Bem vinda a blogsfera amiga, tá ai, gostei do teu "cantinho" virtual, já está nos meus favoritos ... sempre que puder passarei aqui ... Beijos ...
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