quarta-feira, 30 de julho de 2008

Experiência aquática

Hoje fui a uma piscina comunitária. Bom, o sentido de "comunidade" aqui é meio diferente do nosso usual aí. Não se trata de uma piscina usada pelas comunidades rurais e desfavorecidas daqui (existem?). É uma piscina fruto da iniciativa de municipalidades vizinhas, entre elas Saint Germain en Laye (onde estou). Bom, são comunidades rurais no sentido de serem fora de Paris, mas são bem urbanizadas e com moradores, parecem-me, que classificaríamos no mínimo de "classe média". Saint Germain en Laye é cheio de lojinhas, boulangeries, boucheries, patisseries, boutiques de roupas diversas, papelaries e por aí vai; há cafés, mercados, super-mercados.

Voltando à piscina, hoje resolvi experimentar. Minha anfitriã aqui, Verônica, já havia comentado comigo, ainda no Brasil. O dia amanheceu bonito e eu com vontade de me exercitar. Lá fui eu. O apartamento onde estou é vizinha a um castelo (este acima, que se vê da varanda) e dá pra ir para a piscina tomando seus jardins por caminho, bem agradável. Vi até um esquilo no caminho. Não é quatipuru, é esquilo mesmo, daqueles "Tico e Teco". Pois bem, cheguei lá, paguei para entrar, tem um vestuário, tudo bem organizado, e uma piscinona olímpica!

Demais a piscina. Não lembro de ter nadado numa assim. Limpíssima e ampla (50 metros por uns 30 metros), e olha que "Deus e o mundo (que pode pagar 5 euros para entrar)" usam-na. Lá fui eu, toda animada. Tive uma surpresa, difícil de descrever, mas vou tentar. Nadei os primeiros 25 metros mirando o fundo, bem raso, com aquela marcação tradicional de piscinas competitivas, aquela linha preta que é um guia. De repente, o fundo começou a ficar gradativamente distante, a piscina começou a ficar funda, funda, funda, e ficou fundona - e eu lá nadando e olhando a marcação lá embaixo e, pela perspectiva que a posição oferecia, tendo uma impressão de amplidão, de infinitude (eu não via as bordas laterais). Deu até um susto, um temor, que aos poucos foi se transformando numa sensação de liberdade muito emocionante, e eu já esperava com alegria o momento em que a pisicina começava a ficar funda. O raso perdeu a graça.

Quando cheguei em casa, depois do banho, estava tão relaxada que fui dormir um sono, e não tive mais coragem de ir passear em Paris, meus planos iniciais. Fiquei por aqui. Ao final do dia fui dar uma volta, tomar um café e ler ao ar livre. E apreciar o dia que nunca finda nesta época do ano. A foto acima, onde está o castelo, foi tirada as 20 horas, e a abaixo, às 21 horas (todas as duas sem flash). Demais.

Um comentário:

Renata disse...

Oi Mari
Tô adorando conhecer um pouquinho da França através das suas descobertas diárias...me diga, os tomates são saborosos?

Beijo