Cheguei meio tarde, mas ainda há tempo de ouvir Viviane Mosé, que falava de Nietzsche. Que programa mais lindo, não sei reproduzir aqui, mas aprendi várias coisas que não conseguia aprender. E acabei retomando o Zaratustra antes de dormir (é a terceira vez que recomeço o livro...). Vou tentar achar o programa no site da Cultura.
Aqui quero postar uma poesia da palestrante (que, vi depois, é relativamente conhecida, parece que apresentou algo no afamado Fantástico - como é a vida!). Num determinado momento, ela declamou poesias suas, justamente quando falava sobre a idéia de "instante", do "agora", tão importantes no pensamento nitzscheano. Nossa, gostei demais (encontrei os poemas aqui).
quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina
sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma
(eu parei de lutar contra o tempoando exercendo instantes
acho que ganhei presença)
*
acho que a vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a vida anda.
a vida anda em mim.
acho que há vida em mim.
a vida em mim anda passando.
acho que a vida anda passando a mão em mim
e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás
um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando
6 comentários:
Oi Maripan...
Adorei conhecer a Viviane.
Beijo
Renata
PERFEITO! PERFEITO! PERFEITO!
Mas rapaz, você se superou!
Beijos.
Ora, Cris, estou só bebendo nas boas fontes, que estão aí para todos. A auto-superação quem propõe é o Nietzsche, e eu ainda estou meio longe dela; quem sabe, com sorte, a caminho (e com muito trabalho pela frente!). Bjs
Parece que ele se inspirou naquele adágio popular, com o qual as pessoas nos respondem quando a gente as chama de velhas: "velho é o tempo".
Ai Mariana, o tempo anda passando a mão em mim! Nem acredito!
Beijos.
Perdoa-me. Às vezes, quer dizer, em sua maioria, sou muito impulsiva.
Beijos.
Boa noite.
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