quinta-feira, 1 de maio de 2008

Gil no Alto Santo

Ontem, dia 30, comemorou-se o aniversário do sr. Antonio Gomes, um dos estimados e antigos companheiros do Mestre Irineu, dono de um belo hinário, "O Amor Divino". Dia 30 é tradicionalmente dia de Concentração, mas ontem, em razão da data natalícia, foi de hinário e bailado. Cantamos então o hinário do sr. Antonio Gomes, seguido d´"A Condessa", de dona Zulmira Gomes, sua filha, depois "A Bandeira", da madrinha Peregrina Gomes Serra, neta de seu Antonio, e fechamos com os "Hinos Novos" (também conhecido por "Cruzeirinho") daquele que é a razão de estarmos todos ali reunidos: o Mestre Irineu.

A noite estava fria. O inverno parece que acabou mesmo, o verão está chegando, ou o outuno reinando - tempo das friagens, ventos abençoados que vem dos Andes e de outros cantos mais frios. Nós ali, bailando, no quentinho da corrente. Eis que, quase ao final d´"A Condessa", pára tudo, um pequeno intervalo, todos em forma para receber autoridades que visitavam a casa. Gente importante, do mundo da política, ali no meio da festa espiritual. É uma combinação engraçada, ou meio complicada quando se está "na força". Mas a visita era especial: o Ministro Gilberto Gil, acompanhado do governador Binho entre outros, nos dava o prazer da sua boa presença. Tão lindo o Gil, um nobre senhor, aquele jeito baiano, calmo e sensível. Bom, eu, que sempre fui fã dele, que ia a todos os shows quando morei no Rio de Janeiro, fiquei encantada em vê-lo ali. Segurei-me, juro, para não tietar geral...

Bom, mas a visita tinha um motivo especial. Tratava-se de um justo pleito que foi ali, perante ao batalhão formado, na presença de dirigentes de outros centros ayahuasqueiros e de autoridades constituídas, formalizado: o reconhecimento do uso da ayahuasca em rituais religiosos como um patrimônio imaterial da cultura brasileira. Em torno desse importante tema, vários falaram.

Estavam todos inspirados, e os discursos não foram muito longos - não foi então assim tão difícil permanecer em forma, em pé, assistindo a tudo ao invés de correr para uma cadeira e descansar. Foi mesmo emocionante. Quem quiser ouvir os discursos e saber mais sobre o documento entregue ao Ministro Gil, acesse o blog do Altino que lá tem filmes e links outros.

Findos discursos e cerimônia, em meio ainda a saída dos visitantes, retomamos nosso ritual e fomos cuidar do nosso serviço. No coração, ficou-me a lembrança da visita e testemunha do Ministro Gil na minha noite de estréia no batalhão do Alto Santo sob o comando da Madrinha Peregrina. Viva!

3 comentários:

ALTINO MACHADO disse...

Mariana querida, no Alto Santo, no centro fundado por Raimundo Irineu Serra, o conjunto dos 12 últimos hinos recebidos pelo mestre, é conhecido como "hinos novos" ou simplesmente "os novos". A expressão "cruzeirinho" vem sendo empregada nos aceiros que são formados dissidentes da doutrina.

Anônimo disse...

O Brasil ainda tem cheiro de Floresta. E a ayahuasca simboliza, num certo sentido, essa dimensão florestal que vai além de nossas fronteiras amazônicas.
Envolve cultura, se desenvolve na cultura do Daime, da UDV, da Barquinha e de todas as correntes delas derivadas, direta ou indiretamente.
Gil, o cantor, fez sua história e vive sua história. O ministro é o músico. Tem história, faz história.
O momento é rico em significados. Viva a Cultura!

Anônimo disse...

Viva! Viva!Viva!
O Exército da Rainha, na sua formaçao mais ilustre, recebeu entao esta tao linda e dedicada soldada! Parabéns querida Mariana, sua singela forma de contar sua chegada neste Batalhao nao passou despercebida por aqui.
Que Deus te abençoe e que seus dias aí sejam sempre guiados pela luz da Lua Branca.
Viva! Viva! Viva!