sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Pêssego


Proust

Só de ouvir a voz de Albertine entrava em orgasmo. Se diz que:

O olhar de voyeur tem condições de phalo
(possui o que vê).

Mas é pelo tato

Que a fonte do amor se abre.

Apalpar desabrocha o talo.

O tato é mais que o ver

É mais que o ouvir

É mais que o cheirar.

É pelo beijo que o amor se edifica.

É no calor da boca

Que o alarme da carne grita.

E se abre docemente

Como um pêssego de Deus.

Manoel de Barros

2 comentários:

Anônimo disse...

Mariana,

Cuida!!! Já tava com saudades dos seus escritos... demora a escrever mais nao.

Anônimo disse...

"Ó Lua, de Imaculada Conceição,
Sim, eu, verme das nuvens de ocasião,
Amo, das telhas de nossa Babilônia, Conceber teu clima, tua flora, tua fauna.
Invento: para te oferecer meus tédios,
Barca do Nada, cais só, sem remédio!"

Litanias da Lua (J. Laforgue).