Não acreditei no que li hoje: o diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) de Roraima, o sr. Eugênio Tavares, afirmando que a liberação da exploração de minério em Terras Indígenas deveria ser aprovada pelo Congresso Nacional (há um projeto tramitando) porque a economia local se multiplicaria por dez. Logo a seguir, leio notícias do Forum Social Mundial: o bispo da diocese do Xingu, dom Erwin Krautler, alarmado com a rapidez com que a floresta está sendo posta abaixo, em especial no Pará, mas não só. Testemunha que no oeste do Pará há hoje municípios onde a cobertura vegetal não passa de 10% - os outros 90% não existem mais. E, no mesmo Forum, numa mesa-redonda, Marina Silva fala na necessidade de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que seja capaz de preservar a floresta. E, pra finalizar, o Lula se equilibra no fio da navalha "compensando" o estado de Roraima com 6 milhões de ha de terras públicas (que correspondem a 25% da área do estado). Diz Lula que ao invés de tensão por conflito, que ver tensão de produção, tensão produtiva (acho que ele está é com tesão produtivo!).
Um quebra-cabeça desesperador, e que não fecha, cheio de arestas e pontas. Terras Indígenas são consideradas como prejuízo, a não ser que a exploração de minário seja nelas permitida, intenção esta que faz parte de um modelo de desenvolvimento que não se cansa de botar abaixo a floresta, apesar da grita ambiental mundial, dos apelos do bispo do Xingu e da teima da Marina. Que fazer? Que fazer? A primeira coisa que me veio à mente foi mandar prender o sr. Eugênio Tavares!
3 comentários:
Muita calma nessa hora pequena notável,quem sabe o cara lá na frente receba um corretivo.
Parabéns pelo texto.
Cara Mariana,
Creio que você, com essa postura crítica, já está fazendo muito. Ocorre apenas que certas pessoas, talvez seja o caso, quando teem um cargo que julga ser importante, trocam os pés pelas mãos e falam e fazem besteiras. A luta no entanto continua com as Marinas e os Dom Erwins da vida que, graças a Deus ainda existem.
Bom trabalho.
Lindomar Padilha
Tenho que lhe agradecer por compartilhar connosco as experiências e opiniões da mágica Amazónia. Sou portuguesa, antropóloga de paixão e sonho um dia visitar a magia da Amazónia.
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