Assim, dona Maria Nice Aires, do Movimento das Quebradeiras de Coco Babaçu, resumiu uma conversa que alguns pesquisadores, durante o Encontro que referi na postagem anterior, estavam tendo sobre a universidade como um lugar possível para uma atividade acadêmica engajada, comprometida com os movimentos sociais, as causas dos mais desfavorecidos deste meu Brasil.
Cada um dos que estavam ali conversando lida no seu dia-à-dia profissional com lutas sociais, de seringueiros, de ribeirinhos, quilombolas, atingidos por grandes obras, como a da (insana) transposição do São Francisco. Se minha memória não me trai, havia um tom de auto-crítica quanto ao valor da nossa contribuição enquanto intelectuais. Dona Nice então interviu e nos deu uma aula sobre a diferença entre aquele que é formado, não só na academia, mas na escola da vida, que está ciente do que é a vida real, que se compromete com aquelas pessoas e populações que tanto colaboram para suas pesquisas; e, por outro lado, aquele outro, o desinformado, que pode até ter um título, mas que nada sabe sobre a realidade.
Dona Nice tornou, para os que a ouviam, a universidade um local mais interessante, e nossa experiência e formação ganhou, pelo contra-ponto por ela estabelecido, matizes e tonalidades mais atraentes.
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