Esses dias fiquei pensando: pô, mas eu estou de férias! Tem alguma coisa errada, ou meio fora do lugar. Ainda não sei o que é. Este compromisso matinal infalível tá puxado. Mas, depois que eu chego, eu gosto, a aula é boa, eu gosto de estudar francês, é interessante, aquela coisa diferente, meio difícil, mas meio familiar, tem muita semelhança com o português. E é uma língua bonita. As duas professoras são boas profissionais, e os colegas de classe vou conhecendo aos poucos. Aí estamos nós (na foto acima), ou parte de nós, num café perto do local do curso, na hora do intervalo. Da esquerda para a direita estão representados o México, a Colômbia, o Brasil e a Jordânia.
Acho que vou ter que arrumar uma forma de conciliar as aulas, o horário solar francês, o meu ritmo biológico e as minhas férias - que estas eu não vou deixar em segundo plano! Hoje, por exemplo, aqui, agora, são quase 11 e meia da noite, cheguei tem uma hora da rua. E nem jantei ainda (e não vou jantar, a esta hora não dá). O negócio é que hoje eu saí do curso e resolvi ir estudar na biblioteca do Beaubourg (Centre Georges Pompidou), mas resolvi, antes, conhecer a coleção de arte moderna que tem no museu de lá, nos últimos andares, de onde tirei a foto a seguir.Fiquei horas no museu... E nem vi tudo, acho que visitei um terço. Nossa, muita coisa bonita e diversa. Lindo mesmo. Merece ser visitado. Vejam este Matisse abaixo, ao vivo é emocionante! Acaba que a gente fica até zonza.
Saí da exposição meio sem nem saber direito onde ir. Resolvi conhecer o último andar, seguindo mesmo um povo que estava indo neste rumo, peguei carona na corrente, digamos. Resultado: deparei-me com uma super-exposição chamada "Traces du Sacré", imensa e fascinante. Uma overdose de arte! Havia obras de Picasso, Matisse, Kupe, Klee, Kandinsky, Bill Viola, Nijinski (que desenhava!), Grodowski (filmagem de uma dramaturgia), Rudolf Steiner (escultura e desenho), Braque, Pollock, Artaud, Ginsberg, Victor Hugo, Munch e outros artistas. Uma diversidade de alto nível reunida, exposição bem montada, cheia de referências literárias interessantes - tudo conectado pela linha do sagrado, da constituição da arte moderna e do pensar do homem [mais o ocidental, embora havia outras referências também] sobre si mesmo, sua civilização e (não) relação com o transcendente. Queria ir embora e não conseguia. Não tirei nem foto, fiquei lá viajando.
Enfim, quando fui ver já eram mais de 9 horas da noite, lá fora uma turma de gente fazia uma manifestação pró-Tibet (o Dalai Lama está para chegar na França) e eu peguei foi o rumo de casa. Meus pés doendo de tanto que fiquei em pé. O que me salvou foram castanhas e frutas secas, que sempre levo comigo. Tô indo dormir agora, quase meia-noite. Acho que amanhã essa aula de francês vai dançar...
4 comentários:
Mari querida, estou desde de segunda te mandando comentários de uma forma errada e provavelmente vc. não recebeu.....Fabio acabou de me explicar e vamos ver se sua amiga aqui aprende...
Estou adorando te acompanhar na sua viagem....essa sensação de liberdade deve ser maravilhosa....poder ficar só, com tanta cultura e conhecimento por perto deve invadir a alma.
Estou sempre por perto de ti.... beijos, Cristina
Fiquei cansada só de ler!! Estudar nas férias... um desafio. Férias diferentes essas suas!! As aulas vão até quando?? Desejo que o final de semana tenha outro ritmo...
Daqui a pouco você terá que tirar férias das férias rs rs rs..
é, meninas, alguma coisa vai ter que acontecer...
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