Neste dia a zona norte e oeste tomou conta da Sul. Era terça-feira de Carnaval e a praia de Ipanema, ali no Posto 8, Arpoador, encheu de um jeito que não via há muito tempo. Aquela coisa de procurar onde pisar, ou pisar mesmo em cima da toalha e canga alheias, dos guarda-sóis ficarem todos amontoados e você ter que andar abaixado ao trasitar entre eles. Neste dia, encontrei até adulto perdido, procurando onde fora mesmo que colocara suas coisas na areia, onde estava sua família?
O mar estava gelado, o sol esturricante! Todo esse mundo de gente na água, as ondas quebravam e ouvia-se aquela gritaria alegre de adultos e crianças. A praia estava engraçada, pessoas topando umas nas outras, amontoadas, rindo umas para as outras. Bom, não sei o que aconteceu depois das 11 hs, quando a lotação parecia esgotada e resolvemos ir embora. No caminho, no metrô, bandos animados de banhistas desembarcavam rumo às areias de Ipanema.
Enquanto isso, na serra de Teresópolis, ainda no estado do Rio, o clima era ameno e as alfaces prosperavam. No Sítio Olho D'Água, de propriedade de meus pais, numa parceria com Abel e Lilinha, casal de agricultores tradicionais, passamos quatro dias agradabilíssimos. O sítio está localizado numa região de horticultura, mas que sofreu muita degradação nos últimos 10 anos. Meus pais, junto com Abel e Lilinha, optaram por manter a mata do sítio e assim preservar as nascentes e olhos d'água que tem ali, e são muitas! Hoje, diz Lilinha, o sítio é o único lugar na região com água saudável e abundante, mesmo na seca.
A mata que tem lá abriga os animais silvestres da região, que para lá acorrem como para um refúgio. Meus pais tentam transformar o sítio numa Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) e garantir assim a vida mais longa de toda vida natural que tem lá, inclusive alguns paus-brasil e araucárias plantados há 15 anos.
Mas, voltando ao Rio, no domingo de Carnaval, fomos passear na avenida Rio Branco e ver a fauna que pinta lá nesta época do ano. Grupos como o abaixo são a regra! Incrível como os homens adoram vestir-se de mulher no Carnaval. Havia incontáveis grupos masculinos fantasiados de bailarinas, bruxas, fadas, entre outras. O que será que ocorre? Uma inversão sugestiva, uma mistura de sexos atraente, uma oportunidade de soltar a franga - tudo isso e mais um pouco juntos?
Mas é como se diz: a paisagem mais bonita de Niterói é a vista do Rio... Lá do museu projetado por Oscar Niemeyer e com um bom acervo de obras de artistas brasileiros, pudemos constatar mais uma vez a veracidade deste dito carioca. O museu é lindo, em especial por fora. Parece uma nave espacial, um disco voador, aterisado ali naquela ponta da praia. E veja só o Niemeyer como é fera: o museu e o Pão de Açucar harmonizam suas linhas!
Cruzando de volta a Baía de Guanabara, agora em catamarãs, e não mais nas portentosas e lentas barcas, onde a gente podia ir ao ar livre aurindo a brisa e vendo o por do sol, fomos ver o show do grupo Gente Fina & Outras Coisas, de MPB, numa formação chiquérrima: só bons e veteranos músicos, como o Ronaldo do Bandolim, velho conhecido. O show foi lá na Modern Sound, uma das últimas lojas de verdade de CDs do Rio. Lá você acha TUDO que estiver procurando. E lá tem um espaço cultural. E na saída tem um espelho que nos proporcionou momentos de diversão em família.
Repare na boca do Estêvão (que está de camisa branca): a divisão do espelho dá a impressão de que a abertura da boca é maior, de que o maxilar vai lá em baixo. Deu pra ver? Rimos muito ali com esta brincadeira boba. Rir em família é muito bom, faz bem.
E aqui encerramos estes relatos cariocas, que já tá na hora de mudar de assunto, não é mesmo?
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