sexta-feira, 24 de junho de 2011

Viva São João!

Hoje é dia de São João
Viva o menino pastor
da palavra forte, pois que Verdadeira
Da pureza no coração
Profeta da vinda do Cristo, seu primo Jesus

Ontem, dentro do Solstício de Inverno,
varando a noite cantando e bailando O Cruzeiro,
festejamos São João no Alto Santo
Inesquecível festa,
noite de alegria na escola do Mestre e da Rainha

Aproveito o ensejo pra também homenagear o Marcelo,
amigo caro e raro,
que hoje aniversaria, mais um solstício de vida.

Viva o aniversariante!
Viva São João!
Viva o dono do hinário!
Viva a nossa madrinha!

domingo, 19 de junho de 2011

Visitas

Esta apareceu no mês de maio passado. Neste dia estávamos Enaiê, Thiago, Wilian e eu, almoçando e trabalhando nos projetos de iniciação científica dos três. Os cachorros deram o alerta: a preguiça, que sabia estar nas imediações já há algumas semanas, estava numa pequena árvore perto do canil. Depressa prendi os cachorros, que queriam mesmo era pegar a bichinha e dá-lhe uma pisa! Que fazer, que fazer? Por mim, ela ficaria hospedada aqui em casa mesmo, nas árvores que têm aqui, comendo folhas novas, como a vi fazendo alguns dias antes.

Mas não dava, ficando aqui era risco de vida na certa. Vamos ligar para os bombeiros. Eles já tinham estado aqui uns dias antes, quando um enxame de abelhas (daquelas com ferrão) ameaçou se instalar aqui em casa. É, tem as visitas não bem-vindas também. Vieram os bombeiros, pois, super-rápidos, corteses e eficientes. Diagnóstico: aguarde pra ver se elas vão mesmo ficar ou se estão só de passagem. Estavam de passagem. Mas agora tínhamos outra emergência: preguiça querendo casa versus cachorros donos da casa. Chama os bombeiros de novo. Enquanto eles não chegavam, curtimos e tiramos fotos da preguiça, e até um filminho foi feito, com o Thiago, todo feliz, fazendo carinho nela!

De novo, rápidos, gentis e eficientes vieram os homens de vermelho, naquele mega-batcarro vermelho, aquele de bombeiro mesmo. Deram um jeito de pegar a preguiça, sempre sob nossa vigilância: "cuidado, não vai machucar ela!", "o braço dela, cuidado, tá puxando muito!", "tadinha, leva com carinho" etc etc. Aproveitando a deixa, apresentei queixa contra umas cabas (aquelas vespas amarelinhas) que fizeram sua casa numa das portas da minha casa, e toda vez que eu a abria [a porta] elas vinham para fora da casinha delas e ficavam ostensivamente apontando seus ferrões contra mim... Um dos bombeiros foi lá e colocou todas, com casa e tudo, num saquinho, mas teve que ouvir minhas recomendações: "não vai matar elas, solta lá fora!". Acho que ele obedeceu, pois alguns dias depois elas voltaram para o mesmo lugar... A preguiça não sei muito bem seu destino: ou as matas do Parque Zoobotânico ou o Parque Chico Mendes, assim disseram os bombeiros.

Agora, fala sério, e esta visita que apareceu inesperadamente, mas logo desapareceu e não deu mais notícias:

A verdade é que gosto muito dos animais, de verdade. Tenho uma amiga, a dona Adelaide, que tem um cachorro (na verdade do filho dela) chamado Zulu. É um vira-latinha todo magrinho e atlético, desses que é artista de circo e dá pulos e mais pulos. Pois é, sempre que eu ia na casa de dona Adelaide, o Zulu vinha para o portão e ficava pulando e latindo, todo metido a valente. Aos poucos, com o tempo fui sacando o jeito dele, e passei a deixar minha mão na grade do portão, e toda vez que ele pulava, dava uma lambidinha. Entendi: ele estava "pedindo a benção". E assim é até hoje. Gente, tudo é uma questão de comunicação!

Outro cachorro que foi um ritual de aproximação foi o Jambo, que mora em Cruzeiro do Sul, com o meu amigo Jefferson. É um rottweiller, com aquela cara de mau, grandão, forte pra burro. Eu olhava assim pra ele e ficavam com aquele medo: "será que ele tá bravo ou é assim mesmo?". Descobri depois, quando por dois dias fiquei cuidando dele, que ele é um doce. Quando fui embora, até beijo de despedida ganhei!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

II Festival Cultural Corredor Pano

Nos dias 15 a 20 de julho próximos, na aldeia Kuntamanã, o povo Kuntanawa estará promovendo a segunda edição do Festival Cultural Corredor Pano. Ano passado pude participar do primeiro Festival realizado, e também relatar o que vi, ouvi e vivi lá. As fotos aqui desta postagem são daquele Festival. Ainda não sei se poderei estar lá na aldeia Kuntamanã este ano, mas farei o possível e convido os leitores a também fazerem este movimento.

A programação é intensa, como pode ser visto a seguir:

Dia 15

07:00 – 08:00 Café da manhã

08:00 – 12:00 Cerimônia de apresentação das delegações indígenas, com celebração e banhos de medicinas sagradas da floresta amazônica, para proteção e integração com a natureza;

12:00 – 14:00 Almoço

14:00 – 17:00 Passeio por trilhas na floresta para integração e conscientização da natureza

18:00 – 20:00 Jantar

20:00 Cerimônia de Integração dirigida pelos líderes espirituais dos povos Pano, com orientações sobre o uso correto das medicinas sagradas e seus conhecimentos ancestrais

Dia 16

07:00 – 08:00 Café da manhã

08:00 - Sessão de Pinturas corporais tradicionais – kene com jenipapo e urucum, ministrada pelos povos indígenas, com objetivo de mostrar a importância e significado das pinturas, promovendo assim a troca de experiências entre os povos

10:00 - 11:00 Abertura oficial do festival no terreiro com mariri e apresentação de cantos

12:00 - 14:00 – Almoço

14:00 – 16:00 Rodada de conversas dos Povos indígenas e delegações não-indígenas para afirmação de apoio pela proteção do meio ambiente e fortalecimento cultural, e pela integração efetiva entre os povos indígenas e não-indígenas

16:00-17:00 Debater a proposta Rio + 20 em 2012 no Rio de Janeiro para inclusão dos povos indígenas com seus conceitos de relações harmônicas com a natureza e a proteção da biodiversidade

18:00- 20:00 Jantar

21:00 - Exibição de filme e documentário que abordam a questão ambiental e cultural

Dia 17

07:00 – 08:00 café da manhã

8:00 – Manhã do meio ambiente com visita nas áreas de reflorestamento da comunidade com árvores frutíferas, nativas e exóticas e madeiras de lei

12:00 - 14:00 Almoço;

14:00 - 16:00 Brincadeiras tradicionais no terreiro

16:00 - 18:00 Celebração espiritual e ensinamentos das anciãs da etnia Pano com representantes do Conselho das 13 Avós

18:00 - 20:00 Jantar

20:00 Apresentação dos artistas indígenas

Dia 18

07:00 - 08:00 Café da manhã

09:00 - 14:00 Pescaria tradicional dos povos indígenas e almoço na beira do lago

15:00 - 17:00 Ritual da Samahuma com os pajés

18:00 - 20:00 Jantar

20:30 - Ritual com Medicinas Sagradas

Dia 19

07:00- 08:00 Café da Manhã

08:00-10:00 Dança do Mariri e brincadeiras e jogos tradicionais

11:00 – Comidas tradicionais: Caiçuma (bebida feita com banana e/ou macaxeira fermentadas), peixe moqueado na palha da bananeira, assado na brasa e na caldeira com leite de coco da mata; beijus com coco, tapioca, banana assada e cozida; macaxeira assada e cozida no leite de coco da mata; frutas da região, palmito e outros

14:00 -16:00 Rodada de conversa dos Povos indígenas, não-indígenas e organizações governamentais e não governamentais:

Para afirmação de apoio pela proteção do meio ambiente, fortalecimento da cultura e afirmação da integração efetiva entre índios e não índios;

Avaliação das rodadas de conversa e do Festival;

• Leitura do Documento final que será enviado aos órgãos governamentais sobre o Festival Cultural Corredor Pano;

17:00 h Cerimônia de despedida

18:00 – 20:00 Jantar

20:00 Noite intercultural de despedida

Dia 20

07:00 - 12:00 Saída das delegações não indígenas

15:00 Avaliação pelas delegações indígenas e planejamento do projeto "Corredor Pano"

Contatos para maiores detalhes, custos e procedimentos para chegar ao local podem ser feitos pelos telefones (68)99968678 begin_of_the_skype_highlighting (68)99968678 e end_of_the_skype_highlighting(68)99554128 begin_of_the_skype_highlighting (68)99554128 end_of_the_skype_highlighting

Sintam-se, portanto, todos convidados!