tag:blogger.com,1999:blog-62275667824049086432024-03-13T19:05:02.792-07:00afloraantropologia e florestas
cultura e natureza
humanas e naturais
humanidade e animalidadeAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/15683467520677227781noreply@blogger.comBlogger271125tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-88773572903931679712014-05-30T11:30:00.004-07:002014-05-31T14:36:33.485-07:00VIVA A AGROECOLOGIA!<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<i>Mariana Ciavatta Pantoja</i></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: right;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-e2xzG4_1SF8/U4IuO6AMgxI/AAAAAAAAB-Y/vawBTKMh9Eo/s1600/DSC_0574.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-e2xzG4_1SF8/U4IuO6AMgxI/AAAAAAAAB-Y/vawBTKMh9Eo/s1600/DSC_0574.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">De Petrolina, avistando Juazeiro, separadas pelas verdes águas do rio São Francisco, o Velho Chico chamado!</td></tr>
</tbody></table>
Estive em Juazeiro, semi-árido baiano, fronteira com Petrolina e o também semi-árido pernambucano, tudo isso às margens do rio São Francisco - que tem as águas, não sabia, da cor verde claro! Fui participar do III Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), que ocorreu entre os dias 16 e 19 de maio, nas instalações da Universidade Federal do Vale do São Francisco.<br />
<br />
Mais de duas mil pessoas estiveram ali reunidas, metade delas mulheres e, do total, em torno de 70% de agricultores e agricultoras de diversos pontos do país, de norte a sul, de leste a oeste, de assentamentos do MST, de quilombos, reservas extrativistas, terras indígenas, comunidades de colonos do sul, agricultores periurbanos e urbanos (não conhecia a "agricultura urbana"), do semi-árido nordestino, caiçaras, gerazeiros e tantos outros grupos que tem nas práticas agrícolas familiares e de base agroecológica um importante componente da sua identidade, territorialidade e modo de vida.<br />
<br />
"Agricultura de base agroecológica". Esta expresssão era muito ouvida. Leiga nesta temática técnica, fui aprendendo ao ouvir, ver e também participar, o que pode ser esta tal de "agroecologia".<br />
<br />
A primeira coisa que chamava atenção foi toda aquela grande movimentação de gente animada, de todas as idades, etnias, sotaques e modos, vindas de todo o Brasil, todos num clima de civilidade e gentileza recíprocas. Isto tornava de cara o evento bastante agradável e convidativo. A agroecologia teria a ver, conclui, com relações humanas mais humanas, digamos assim. A agroecologia é humanitária, quase franciscana, se me permitem: para todos sentirem-se bem e serem beneficiados, seres humanos e não humanos. A celebração final, nas margens do rio, louvando-o, foi um exemplo disso.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-y7UTG7g7dUM/U4It7VUlVgI/AAAAAAAAB-Q/wFi_aUBEre0/s1600/DSC_0499.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-y7UTG7g7dUM/U4It7VUlVgI/AAAAAAAAB-Q/wFi_aUBEre0/s1600/DSC_0499.JPG" height="425" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O III ENA foi encerrado com uma celebração místico-religiosa ecumênica às margens do rio, num belo entardecer...</td></tr>
</tbody></table>
Agroecologia também é algo imaterial: encantamento, espiritualidade, fé e força da natureza. Na tarde das "oficinas auto-gestionadas", uma das atividades do evento, por exemplo, ocorreu uma com a temática "Poesia popular e literatura de cordel", e que definia como seu objetivo sensibilizar os participantes para a "importância da poesia popular para o conhecimento agroecológico". Talvez, para os que dela tomaram parte, um dos momentos mais significativos do evento: ali ocorreram encontros de verdade, cantou-se, recitou-se poesias e cordéis, histórias foram contadas, lágrimas e risos. Ali a agroecologia virou cultura, e as fronteiras entre o simbólico e o natural mesclaram-se com muita arte. Como disse o artista Farinhada, usando uma imagem agrícola para falar da
cultura: "a cultura, ela brota, onde tem gente ela vai brotar".<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-wkpqpun54Uc/U4VhWt5985I/AAAAAAAAB-w/UGGPwZ7-e_4/s1600/DSC_0316.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-wkpqpun54Uc/U4VhWt5985I/AAAAAAAAB-w/UGGPwZ7-e_4/s1600/DSC_0316.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Coordenada por Caio Meneses (de frente, no centro da foto), do Centro Sabiá (PE), a oficina ocorreu na tarde do dia 18 e reuniu participantes de estados diversos, com formações também diversas, de artistas (como Farinhada, no canto direito da foto) à professores universitários, como a autora deste texto...</td></tr>
</tbody></table>
Agroecologia também é interface de conhecimentos, tradicionais e científicos. E também é interdisciplinar. Em todos os dias do evento, funcionou a Feira de Saberes e Sabores, com barracas de todos os estados e experiências, que ali apresentavam seus materiais (folders, vídeos, livros, cartilhas etc) e produtos agroecológicos, em geral comestíveis, mas não só. Havia também muito artesanato. E havia sementes e mudas para serem trocadas, bem ao gosto do conhecimento tradicional, que se reproduz na base da troca de ideias, experimentos, sementes e mudas, sem a mediação monetária. Aliás, o tema das sementes - símbolos da vida - esteve presente durante todo o evento em falas, discussões e ainda nas mandalas que, penduradas, enfeitavam a tenda principal do evento.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-wJDCmINWk2Q/U4VmU6J9fRI/AAAAAAAAB_E/G-7bse8dT1U/s1600/DSC_0442.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-wJDCmINWk2Q/U4VmU6J9fRI/AAAAAAAAB_E/G-7bse8dT1U/s1600/DSC_0442.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Na tenda principal, colorida e arejada, cabíamos todos e todas. Sobre as nossas cabeças, mandalas de sementes. Esta foto retrata um momento da plenária final, onde a carta do III ENA foi entregue e lida para as autoridades municipais, estaduais e federais presentes, entre elas o Ministro Gilberto Carvalho.</td></tr>
</tbody></table>
Contra os trangênicos, agrotóxicos e agronegócio, a agroecologia afirma e
defende as sementes crioulas, os bioprodutos e biotecnologias adaptadas para e pela agricultura familiar. Entre os Seminários Temáticos que ocorreram, houve um bem interessante chamado "Sementes e Trangênicos" no qual a grande questão tratada era a autonomia das famílias de agricultores na produção de suas próprias sementes. Como produzí-las, acondicioná-las e fazer com que cheguem aos produtores, escapando da dependência das sementes compradas e/ou geneticamente modificadas? Quais as técnicas disponíveis e acessíveis? Como evitar a contaminação das sementes crioulas e a perda de diversidade genética e cultural? Fiquei sabendo que as sementes de hortaliças são um caso muito especial, em geral um gargalo para os produtores. Foi também apresentado neste Seminário o bem-sucedido caso da parceria da Embrapa com os Krahô, que recuperaram variedades tradicionais de milho recorrendo aos bancos de sementes mantidos pela primeira. Por outro lado, foi denunciado em mais de um momento do evento o boicote e perseguição que, dentro da própria instituição, sofrem os pesquisadores interessados em projetos e parcerias com agricultores tradicionais, e não em pesquisas de cunho empresarial.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-AsUayMUzuRw/U4i0MOzezrI/AAAAAAAAB_k/nkkCCcX2Ug8/s1600/DSC_0355.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-AsUayMUzuRw/U4i0MOzezrI/AAAAAAAAB_k/nkkCCcX2Ug8/s1600/DSC_0355.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Momento da passeata. Observe-se, além da jovem ao centro, a bandeira do MST e, à esquerda, dois índios com seus cocares.</td></tr>
</tbody></table>
O ENA também foi marcado pela presença marcante das mulheres. "Sem
feminismo não há agroecologia" foi talvez uma das palavras-de-ordem mais dita; as mulheres estavam todo momento no microfone, coordenando
atividades e conduzindo a passeata do dia 18. Se são desse
jeito as mulheres da agroecologia, os homens também têm que ser muito
especiais! Essa vivência paritária, em ato, foi algo de que gostei
bastante, e pareceu funcionar bastante bem.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-FdGObKjmOsA/U4i3HGVNUbI/AAAAAAAAB_8/HLvwpbXmjjM/s1600/DSC_0409.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-FdGObKjmOsA/U4i3HGVNUbI/AAAAAAAAB_8/HLvwpbXmjjM/s1600/DSC_0409.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Outro momento da passeata. Esta bolsa de pano, tipo mochila, e o chapéu de palha integravam os materiais distribuiídos aos inscritos no III ENA. </td></tr>
</tbody></table>
Outra coisa que funcionou muito bem foi a metodologia do evento.
Desde as primeiras atividades, com as apresentações dos "territórios"
onde foram realizadas as "caravanas agroecológicas" que prepararam o
ENA, passando pelos "seminários temáticos" - tendo pelo meio a Feira de
Saberes e Sabores e as "oficinas auto-gestionadas" - até chegar na
"plenária final" podia-se perceber uma articulação entre todos os
momentos. A conversa ia sendo sempre atualizada e enriquecida pelo que
vinha das atividades precedentes, e a Carta do III ENA sem dúvida
expressa o que foi durante o evento (e antes dele, nas caravanas)
debatido.<br />
<br />
Ainda com relação à metodologia, na
sistematização das discussões dos "territórios" e dos "seminários
temáticos", havia uma grande folha em branco e alguém com habilidades de
desenhista ia ali registrando as conversas, reunindo desenhos e frases
que representavam o que estava sendo tratado pelo coletivo. Ao final, um
belo painel colorido, expressivo, cheio de símbolos, sintetizando o
trabalho, estava ali, acessível a todos, tanto aqueles que vem da
cultura escrita (como nós) quanto aqueles que têm mais dificuldade com
ela. Descuidadamente não fotografei nenhum desses painéis, que eram
transportados para a grande tenda e ficavam ali para todos e todas
verem. Eficiência, beleza e democracia - isto também é agroecologia.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-YcchE-eGsao/U4i2AW4yzWI/AAAAAAAAB_s/qKLWyrKBJGk/s1600/DSC_0383.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-YcchE-eGsao/U4i2AW4yzWI/AAAAAAAAB_s/qKLWyrKBJGk/s1600/DSC_0383.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pessoas, cores, músicas, chapéus, bandeiras, cartazes, bonecos gigantes, um belo e ventilado dia de sol marcaram a passeata.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Pra fechar, um pouco mais da passeata, que saiu da sede do evento e
rumou para a ponte que liga Juazeiro e Petrolina, sobre o rio São
Francisco. A ponte teve seu trânsito de carros, motos e ônibus fechada por quase uma hora, acho. E ali cantou-se muito, palavras-de-ordem foram bradadas, mártires lembrados, faixas penduradas sobre o rio. Quando o clima pareceu esquentar com os motoristas, o bom-humor e a organização dos manifestantes segurou a onda. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-AgQ52wmjsa0/U4i2BD_wA8I/AAAAAAAAB_w/vlaxdFPvDD0/s1600/DSC_0359.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-AgQ52wmjsa0/U4i2BD_wA8I/AAAAAAAAB_w/vlaxdFPvDD0/s1600/DSC_0359.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Era bem jovem quando o Padre Josimo foi assassinado no Pará devido a lutas por terra. A Reforma Agrária era um lema forte no III ENA.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Ao final, a passeata rumou pra "casa", pro "planeta ENA", como apelidei intimamente toda aquela convivência no evento: um tempo e espaço diferenciados, com relações e trocas
entre afins e, no horizonte, por que não, uma revolução agroecológica! "Cuidar da Terra, Alimentar a Saúde e Cultivar o Futuro" - este foi o mote oficial do III ENA.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-VI39E3_K_qY/U4i3FsxbdEI/AAAAAAAAB_4/kzoLjvt47T8/s1600/DSC_0405.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-VI39E3_K_qY/U4i3FsxbdEI/AAAAAAAAB_4/kzoLjvt47T8/s1600/DSC_0405.JPG" height="426" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Chico Mendes estava também presente no III ENA, como mostra a camiseta, e aquele xote muito conhecido por aqui: "não posso respirar, não posso mais nadar (?), a terra está morrendo, não dá mais pra plantar..."</td></tr>
</tbody></table>
A Carta do III ENA, entregue as autoridades na plenária final do dia 19, merece ser lida (<a href="http://www.agroecologia.org.br/index.php/noticias/noticias-para-o-boletim/650-carta-politica-do-iii-ena">leia aqui</a>). Espelha as discussões realizadas, e toca nos pontos centrais para a construção de uma sociedade bem diferente da que temos aí e que nos é oferecida pelas forças hegemônicas. O III ENA foi, para ser clara, um momento político forte e importante, e a Carta final não alivia nada, não faz concessões, muito pelo contrário, trata do que deve ser tratado. Leiam.<br />
<br />Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-64327051165276165062013-11-15T09:14:00.004-08:002013-11-15T09:14:43.534-08:00Cartografia de rede no Alto Juruá<br />
<br />
<br />
<img alt="14-01" height="385" src="http://www.novacartografiasocial.com/images/Imagens/Noticias/Novembro-2013/14-01.jpg" style="display: block; margin: 5px auto;" width="580" />
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<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No mês de outubro, entre os dias 19 e 21, o Laboratório de
Antropologia e Florestas (Aflora)/Núcleo Acre do PNCSA realizou uma oficina de
cartografia social com grupos que compõem, no Alto Juruá, uma rede de
conhecimentos e conhecedores tradicionais. Trata-se de moradores da Reserva
Extrativista do Alto Juruá que integram o Grupo Vida e Esperança e moradores de
aldeias das etnias Kuntanawa, Ashaninka e Kaxinawá que vivem em de Terras
Indígenas do entorno (localizadas nos rios Tejo, Breu e Amônia). A oficina
reuniu cerca de 25 pessoas no Centro Yorenka Antame – Saberes da Floresta,
localizado na sede do Município de Marechal Thaumaturgo, extremo oeste do Acre.
O Centro é uma iniciativa da organização Apiwtxa, do povo Ashaninka do rio
Amônia, criado em 2007 justamente para agregar e transmitir saberes e práticas
das populações da floresta visando a disseminação de alternativas à tendência
agropecuária de desenvolvimento e outras ameaças.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Leia a notícia completa <a href="http://www.novacartografiasocial.com/index.php?option=com_content&view=article&id=323:oficina-de-cartografia-de-rede-no-alto-jurua&catid=40:noticias&Itemid=70">aqui</a>. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15683467520677227781noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-64368898498843777282013-10-02T11:58:00.000-07:002013-10-02T12:04:47.493-07:00Retiros e tiros no Araguaia: conflito em Luciara<br />
<div class="page" title="Page 1">
<div class="layoutArea">
<div class="column">
<div style="text-align: right;">
<i><span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 10.000000pt;">Antonio João Castrillon Fernández </span></i></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 10.000000pt;"><i>Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia</i>
</span></div>
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">Ensina-se nas escolas, divulga-se na imprensa, diz-se nas conversas, que Mato Grosso é o produto bem ou mal
sucedido de um longo processo de colonização. Ouvimos e lemos que, no período mais recente (segunda metade do
século XX para aos dias atuais), empresas, famílias, bancos e tantas outras instituições subiram ao médio norte do
estado, migraram do sul para o norte, para trazer o progresso, que é medido por tamanho de área cultivada, sacos
colhidos, bois criados, potência de tratores e número de linhas das plantadeiras e colhedeiras. </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">Essa história, por um lapso de memória, creio eu, pois ela não é mentirosa, assim dizem, esqueceu de dizer, de fazer
ouvir, de escrever, de fazer ler, que este mesmo estado foi construído por outros processos de ocupação, que não
ouso dizer colonização, pois não queria negar a história de outros, apenas fazer a sua própria. Ao longo do século XX,
trabalhadores, famílias, grupos de famílias, comunidades, povos indígenas, por um caminho inverso, agora do norte
para o sul, também migraram para Mato Grosso. Não trouxeram consigo bancos, escolas, instituições de pesquisa,
não porque não queriam apenas por que não os tinham. Vieram ao encontro de novos territórios, de novas
possibilidades, em que pudessem se estabelecer, produzir e garantir a vida de suas famílias. Chegaram primeiro.
Estabeleceram-se. Produziram. Ensinaram. Formaram territórios. Criaram tradição – São Retireiros! São Povos
Indígenas! São Quilombolas! São Ribeirinhos! São Extrativistas! São Camponeses! São Posseiros! São Tantos Outros
que os nossos olhos, nossos ouvidos ainda não aprenderam a ver e ouvir. </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">No decorrer dos anos 30 a 60 do século passado, parece distante, mas não passa de algumas gerações, o Vale do Rio
Araguaia foi o destino escolhido por muitas famílias para se estabelecer, depois de perderem suas terras em situação
de conflito. Saíram do Maranhão, Goiás, Ceará e de outras regiões, em longas jornadas, que poderiam durar meses
ou anos, para ocupar os gerais dos varjões do Araguaia. Ao longo do rio grupos de famílias estabeleceram
colocações; criaram seus filhos; plantaram roças; manejaram gado, utilizando as pastagens nativas; formaram
comunidades e tocaram suas vidas. Acompanhando o ciclo da natureza, no inverno, movimentavam o rebanho
bovino de baixo para cima, escapando das águas que subiam; no verão, desciam para os varjões, nos RETIROS, para
alimentar o gado nas áreas de pastagens nativas verdejadas pelo recuo das águas. Essas famílias, que se
autodenominam de retireiros, criaram uma tradição, por conhecimento vivido, acumulado, transmitido, de uso, de
manejo e de apropriação dos recursos naturais. Distante de qualquer egoísmo compartilham de forma comum o uso
da terra – trata-se de terras comunais.
</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">Em tempos mais recentes, quando das famílias de retireiros e de suas comunidades já estabelecidas, chegam
também na região os “fazendeiros”, “empresários”, grileiros, em busca de oportunidades e negócios, muitos deles
estimulados e incentivados pelos programas de colonização e ocupação da Amazônia. Uma Amazônia fictícia que o
Estado teimava em dizer estar vazia e desocupada. Para as comunidades que tradicionalmente ocupam esses
territórios, como os RETIREIROS, foram e está sendo períodos de intensos conflitos territoriais. Ocupar a terra não
bastava e ainda não basta para definir o seu domínio. Os “títulos”, muitos deles viciados e falsificados, eram
suficientes, à vista do Estado, para anular as territorialidades e tomar as terras tradicionalmente ocupadas pelos
retiros. Perguntam pelas suas escrituras e eles respondem, “são os ossos dos nossos ancestrais”. Dizem que não
valem como documento.
</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">No dia 19 de setembro, equipe do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia dirigiu para o município de Luciara
com o objetivo de realizar Oficina de Mapas com a Associação dos Retireiros, que tem como presidente o Sr. Rubem
Taverny Sales. No mesmo dia, por volta das nove horas da manhã, na estrada MT 100, que dá acesso ao município,
um bloqueio coordenado, pelo que se houve dizer, pela associação dos produtores rurais de Luciara, impediu a
entrada da equipe de pesquisadores no município e sob ameaças exigiu o seu retorno. Mas o pior estava por vir. Do
dia 19 ao dia 22 de setembro a cidade ficou isolada, não é exagero dizer sitiada. Todas as entradas e saídas foram
bloqueadas: estradas principal e secundárias, aeroporto e porto. Além disso, os comerciantes locais, solidários a tal
manifestação, fecharam as portas dos seus estabelecimentos. Essa manifestação caracteriza-se como protesto de
uma parte da população, estimulada especialmente por pessoas que possuem áreas ou documentos de áreas dentro
</span></div>
</div>
</div>
<div class="page" title="Page 2">
<div class="layoutArea">
<div class="column">
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">do território tradicionalmente ocupados pelos retireiros, contra a criação de uma Reserva de Desenvolvimento
Sustentável (RDS), conduzida desde 2006 pelo Icmbio.
</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">O isolamento da cidade combinado com a ausência do poder público para reestabelecer o estado de direito
favoreceu o desencadeamento de uma série atos de violência contra lideranças dos retireiros e daqueles que
apóiam a luta deste grupo, principalmente do Sr. Rubem Sales e sua família; do José Raimundo Ribeiro da Silva
(Zecão), diácono da prelazia; e, do vereador Jossinei, retireiro. A violência que atinge as pessoas pelo
constrangimento, intimidação e destruição, visa também enfraquecer e desestruturar a identidade coletiva do
grupo, que está fortemente ligada ao processo de territorialização específica das áreas de retiro.
</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">Na noite do dia 18 de setembro, a casa do retiro do Rubem foi incendiada. No dia 19 a estrada bloqueada,
impedindo a entrada e saída de pessoas. As pessoas e instituições que apoiam a luta dos retireiros foram coagidos,
sob ameaças, a retornarem. No dia 21, atearam fogo em pneus em frente à residência do Rubem. No dia 22, a casa
de retiro do Domingos, pai de Jossiney, vereador e retireiro, foi incendiada. A Lidiane, irmã do Rubem, recebe
ameaça de ser queimada viva em cima da sua moto. Na madrugada do dia 23, dois disparos de arma de fogo foram
deflagrados na porta da casa José Raimundo Ribeiro, diácono da Prelazia de São Félix do Araguaia e apoiador das
lutas dos retireiros. Sucessivas manifestações (passeatas) passaram em frente à residência da família do Sr. Rubens
com o objetivo de intimidá-la e coagi-la. Somente no domingo à tarde o bloqueio foi suspenso. A despeito de todas
as denúncias e comunicados apresentados ao Estado nenhuma providência foi tomada no sentido de reestabelecer
o estado de direito e garantir a integridade física e moral das pessoas que estavam sendo ameaçadas. Na terça-feira
(24 de setembro) a Polícia Federal, por demanda do Ministério Público Federal, realizou a prisão temporária de
algumas pessoas suspeitas e manteve um efetivo de policiais no município. Atitude que não equaciona a situação de
conflito; mesmo com esta proteção temporária as lideranças ainda temem pela própria vida.
</span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">Rubem com sua família, Lidiane, Jossiney, Zeca, seu Domingos e tantos outros que sofrem com a violência praticada
contra suas casas, suas vidas, suas histórias, suas ruas e seus territórios, não cometeram nenhum crime, apenas
lutam pelos seus direitos, todos assegurados pela Constituição Federal, ratificados em acordos internacionais pelo
governo brasileiro (Convenção 169), bem como estimulado por programas que visam garantir os direitos de povos e
comunidades tradicionais (Decreto 6040 de 2007). Rubem é representante dos retireiros e povos do cerrado na
Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, que tem por objetivo a efetivação do Decreto 6040. Essas
pessoas apenas lutam pelos seus direitos. Sentem medo? Não sei, mas não enfraquecem. Juntamente com outras
comunidades tradicionais e com os povos indígenas teimam em dizer que Mato Grosso é um estado de múltiplas
identidades coletivas, é um estado pluriétnico e desenhado por diferentes processos de territorializações específicas. </span><br />
<br />
<span style="font-family: 'Calibri'; font-size: 11.000000pt;">Cabe a nós reaprender a ver, a ouvir, a ensinar e a construir a nossa história. Podemos ser moderno, mas não somos
contemporâneos. Ainda teimamos em deixar na escuridão todos aqueles e tudo aquilo que as luzes esconderam.
</span></div>
</div>
</div>
Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-48472382491000621182013-09-15T11:14:00.001-07:002013-09-16T11:19:55.747-07:00Culinária é vida!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
No último dia 13, 6a feira passada, recebemos para uma conversa a professora e coodenadora da Organização dos Professores Indígenas do Acre (Opiac), Francisca Arara. Ela acaba de defender o seu TCC em Ciências da Natureza no curso de Formação Docente para Indígenas, na UFAC-Floresta, em Cruzeiro do Sul. Francisca, egressa do programa de formação da Comissão Pró-Índio do Acre, integra a primeira turma do curso, e seu trabalho foi orientado pela nossa colega Valquíria Garrote. Para um pequeno e atento público, Francisca contou do seu trabalho, que tem o título "A culinária Shawãdawa associada ao uso e ao manejo dos sistemas produtivos, da floresta e do rio". </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-IRLaz3yAwyI/UjXwvClLxNI/AAAAAAAAB00/jC6h2bGsYTs/s1600/DSC02734.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/-IRLaz3yAwyI/UjXwvClLxNI/AAAAAAAAB00/jC6h2bGsYTs/s400/DSC02734.JPG" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
O trabalho de Franscisa debate, por exemplo, com os dados oficiais que reportam a existência de "fome" e "desnutrição" em aldeias indígenas, elegendo-as como alvo de políticas assistenciais, tais como "sacolões". Francisca argumenta que a culinária tradicional shawãdawa sempre foi associada, pelos próprios índios, à fartura e riqueza. O "tempo antigo", como dizem, era o tempo da ausência de "preocupações", o território era como que infinito, vivia-se na abundância e sem angustiar-se com o dia de amanhã, ao contrário de hoje, quando o limite territorial é uma preocupação frente ao aumento da população e necessidades de uso dos recursos naturais. Por que não recuperar e por em prática o que a culinária e dieta shawãdawa já têm a oferecer como solução, em especial para a boa alimentação do povo?<br />
<br />
O trabalho de Franscica é uma contribuição neste sentido, identificando e classificando os tipos de alimentos e seus locais de cultivo ou coleta, assim como seus modos de preparo. Mostra que, na verdade, estes recursos já estão presentes hoje na Terra Indígena, embora esquecidos ou abandonados pela influência de hábitos e alimentos externos e industrializados, como os que vêm nos sacolões: leite em pó, bolacha, óleo, açucar, feijão de fora da região etc. A segurança alimentar passaria então pela conscientização e reconhecimento da riqueza nutricional e cultural de que o povo shawãdawa já dispõe. Trata-se de uma ferramenta política, de autonomia, que já está ao alcance, independente de projetos e políticas assistenciais do governo. <br />
<br />
A Terra Indígena Arara do Igarapé Humaitá, onde Francisca nasceu, se criou e trabalhou por oito anos como professora, tem 82.572 ha e fica no município de Porto Válter, no Alto Juruá acriano. O trabalho de Francisca enfocou uma das aldeias lá existentes, a da Foz do Nilo, onde vivem 30 famílias. Mesmo sendo uma membro do povo, Francisca cumpriu os ritos de pesquisadora, submetendo sua proposta de pesquisa à aprovação da comunidade e à assinatura de um Termo de Consentimento Livre, Prévio e Informado. Além da observação participante, Francisca lançou mão de diversos instrumentos de pesquisa, tais como visitas nas casas, em especial na hora das refeições, diários de alimentação, inventário dos plantios em hortas, roçados e sistemas agroflorestais, além de uma oficina culinária visando recuperar, e experimentar, pratos típicos da dieta shawãdawa. <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-_OhIYk7Hwf4/UjXxG0DqB3I/AAAAAAAAB04/071xsTyUYrc/s1600/DSC02736.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://4.bp.blogspot.com/-_OhIYk7Hwf4/UjXxG0DqB3I/AAAAAAAAB04/071xsTyUYrc/s400/DSC02736.JPG" width="400" /></a></div>
<br />
Foi um prazer recebê-la, Francisca! Aguardamos a disponibilização do seu trabalho para poder então colaborar na sua divulgação.Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-30657150329976105932013-08-31T18:19:00.001-07:002013-08-31T18:21:49.350-07:00A Ontologia Barrageira: Represas, Contingenciamento Orçamentário e Outros Cinismos<i>Por Juan Felipe Negret Scalia</i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-WP1xY3VdqWM/UiKVpMJddnI/AAAAAAAABz4/kZy_wXCfTAo/s1600/Rios+Voadores.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="285" src="http://2.bp.blogspot.com/-WP1xY3VdqWM/UiKVpMJddnI/AAAAAAAABz4/kZy_wXCfTAo/s400/Rios+Voadores.jpg" width="400" /></a></div>
<style>@font-face {
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<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR">Tanto faz represar um rio ou contingenciar o orçamento. Interrompe-se
o fluxo contínuo, suprime-se a diversidade de imaginários, de representações e
de valores-de-uso, aplica-se todo o poder institucional na literal canalização de
certo potencial aos surdos e únicos propósitos que a própria ontologia consegue
visualizar. Invisibilizam-se os demais mundos possíveis. Seca e contingenciamento
a jusante, e alagação e acumulação a montante. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR">A ontologia barrageira, ou por tecnicamente dizer, ontologia do
aproveitamento hidrelétrico atua por corte de fluxos. Atua por certa
fractalidade: a partir da Casa Civil criam-se Pequenas Centrais Hidrelétricas
operando contingenciamentos em todo Ministério e toda Autarquia por meio dos
setores de contabilidade e finanças; e ainda mini-PCHs em todo o território
nacional, em cada unidade descentralizada do Estado brasileiro, cada
Superintendência, cada Delegacia ou Coordenação Regional. Todos obrigados a
represar os fluxos das políticas públicas. Uma sutil linha de transmissão se
encarrega da concentração fractalidade acima.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR">Administrar um país é igual a construir uma barragem. Estabelecem-se
muralhas por Decreto: rio-acima da muralha a acumulação, rio-abaixo da escassez
canalizada para a reprodução da própria obra. “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Crescer o bolo para dividi</i>r”, dizia-se em campanha: o paradoxal
aumento em números absolutos da renda da classe média, apesar do distanciamento
em números relativos entre o mais rico e o mais pobre. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT-BR">As eclusas se abrem para reprodução das mesmas obras, da própria
ontologia: dos estádios de futebol, dos aeroportos, de mais eclusas. Mas são
estas mesmas eclusas que se encarregam de enclausurar o próprio o Estado quando
tenta chegar aos assentamentos de reforma agrária, às favelas, às aldeias e
seringais: nem sequer apresentar-se nas paisagens da miséria quando a própria
barragem inundou os agricultores, desalojou bairros pobres, indígenas,
quilombolas; todos alagados-desterritorializados. “A idade do cinismo é a da
acumulação do capital, porque é ele que precisa de tempo, precisamente para a
conjunção de todos os fluxos descodificados e desterritorializados.”[1] </span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">Não se trata somente de ser contra a Usina de Belo Monte ou do
Tapajós; nem tampouco de somente disputar o projeto político de país; trata-se
de um deslocamento mais complexo ainda dos contornos ontológicos. Neste ano,
governo comprou 1.591 motoniveladoras e 3.995 retroescavadeiras: “viram
‘souvenir’ de Dilma para prefeitos”, diz a manchete do Blog. </span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: Calibri; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;">A
ontologia barrageira é incompatível com um dito Governo Popular. Um bom-governo
só pode agir por dentro de uma ontologia dos rios livres, dos rios voadores!</span>
</div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6227566782404908643#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR"><span style="mso-special-character: footnote;"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-family: Calibri; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US;"></span></span></span></span></span></a><span lang="PT-BR">[1] Deleuze e Guattari, . O Anti-Édipo.</span></div>
</div>
</div>
Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-59990838251412874402013-05-04T20:01:00.003-07:002013-05-04T20:10:14.554-07:00Encontro Amazônico de Saberes Consorciados Contra o Desmatamento<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-55G5AkMou-M/UYXEJvZUplI/AAAAAAAABvs/RLpbTv6HD6w/s1600/DSC02222.JPG" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/-55G5AkMou-M/UYXEJvZUplI/AAAAAAAABvs/RLpbTv6HD6w/s640/DSC02222.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="justify"><td class="tr-caption"><span style="font-family: Cambria; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O Encontro foi uma experiência de cartografar e
estimular consórcios de conhecimentos e conhecedores na região do Vale do Juruá
acriano. (Foto: Enaiê Apel)</span></td><td class="tr-caption"></td><td class="tr-caption"><span style="font-family: Cambria; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span>
</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<style>
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<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Assim foi batizado o Encontro Regional do Acre que
ocorreu entre os dias 20 e 22 de abril, na cidade de Cruzeiro do Sul, uma
parceria entre o PNCSA, o Laboratório de Antropologia e Florestas (que, na
UFAC, sedia o Núcleo Acre) e o Grupo Vida e Esperança, que atua na Reserva
Extrativista do Alto Juruá. Mas não foi só um nome de batismo para o Encontro.
Refletiu antes a intenção de avaliar as chances de um consórcio de
conhecimentos para fazer frente ao padrão majoritário de desenvolvimento que
avança sobre a Amazônia. Favorecido por políticas públicas e pela posição do
país no mercado mundial de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">commodities</i>,
sua característica mais emblemática é o desmatamento.</span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-_wnYA732mo8/UYXCq2NDh0I/AAAAAAAABvQ/GeJMvzjd3mA/s1600/DSC1917a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="440" src="http://1.bp.blogspot.com/-_wnYA732mo8/UYXCq2NDh0I/AAAAAAAABvQ/GeJMvzjd3mA/s640/DSC1917a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><style>
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</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: 9.0pt;">A idéia de “des-matamento”
como um “des-conhecimento” foi explorada. Acima, Antonio Texeira da Costa,
conhecido por Caxixa, líder do Grupo Vida e Esperança. (Foto: Enaiê Apel)</span></div>
<br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Para tal, estiveram presentes no Encontro 35
pessoas, entre pesquisadores da floresta e da academia. Da floresta vieram
agentes agroflorestais, professores, artistas, inventores e agricultores, todos
envolvidos em experiências autorais que apontam para alternativas de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>vida e futuro <i style="mso-bidi-font-style: normal;">na</i> floresta, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">da</i> floresta
e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">para</i> a floresta. Junto com
antropólogos e biólogos, entre outras formações acadêmicas, procurou-se
discutir a própria ideia de “conhecimentos tradicionais”, sua dimensão política
como alternativa a processos de desmatamento e a proposta de uma rede que possa
divulgar essas experiências e potencializar a atuação conjunta.</span> <br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-tDk1dFXXRCg/UYXCjbLZCoI/AAAAAAAABvI/oZnDEBf_stg/s1600/DSC01891.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="http://1.bp.blogspot.com/-tDk1dFXXRCg/UYXCjbLZCoI/AAAAAAAABvI/oZnDEBf_stg/s640/DSC01891.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><style>
<!--
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</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: 9.0pt;">Lideranças da Terra Indígena
Kaxinawá do Humaitá, que realizam uma experiência de compartilhar seu
território com índios “isolados”. (Foto: Enaiê Apel)</span><br />
<br />
<style><!--
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--</style><span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O Encontro propôs, portanto, um diálogo entre
conhecimentos que têm vigência em diferentes espaços, obedecem a distintos
pressupostos culturais e critérios de validade, e são produzidos em condições
contrastantes entre si. Um, o dito tradicional, por meio do aprendizado
cotidiano e direto, envolvendo muita troca e circulação livre de informação, e
o outro, dito científico, requerendo salas de aula, muita leitura e escrita e
uma apropriação privada do conhecimento produzido, cuja forma limite seriam as
patentes. Por outro lado, ambos regimes de conhecimento requerem observação,
experimentação e muita pesquisa, e neste sentido podem ser descritos como
“científicos”.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-Jtwfw9j5EfY/UYXCY8JndgI/AAAAAAAABvE/lPyOIFFgUS8/s1600/DSC01884a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="510" src="http://3.bp.blogspot.com/-Jtwfw9j5EfY/UYXCY8JndgI/AAAAAAAABvE/lPyOIFFgUS8/s640/DSC01884a.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption"><style>
<!--
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</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Cambria; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Além de terminologia diferenciada, regimes de
conhecimento são regidos por lógicas próprias. (Foto: Enaiê Apel)</span>
<style>
<!--
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</style><span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span><br />
<br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Realizar um diálogo mais simétrico e explorando
possibilidades de tradução e composição foi um objetivo de fundo do evento,
mesmo considerando todas as dificuldades que uma tal perspectiva enfrenta, em
especial na universidade onde a ciência e suas verdades são produzidas.</span>
<br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span id="goog_1684128819"></span><span id="goog_1684128820"></span> </span>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-oZBK7_-RcoE/UYXEdKbUP3I/AAAAAAAABv0/bNeVOdH-13w/s1600/DSC02293.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="http://3.bp.blogspot.com/-oZBK7_-RcoE/UYXEdKbUP3I/AAAAAAAABv0/bNeVOdH-13w/s640/DSC02293.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Gerações, etnias e conhecedores: uma conversa que já tem história no Juruá. Na foto: Mauro Almeida (chapéu vermelho), da Unicamp, seu Milton (Kuntanawa, rio Tejo), Francisco (Arara, rio Cruzeiro do Vale) e seu Antonio de Paula (seringueiro veterano). (Foto: Enaiê Apel)</td><td class="tr-caption"></td><td class="tr-caption"><br /></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-Zax5n4nkBso/UYXDapLLtOI/AAAAAAAABvc/2UcZKvl0zaI/s1600/DSC02126.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<style>
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</a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Para desenhar o que foi pensando como uma cartografia de
rede e de conhecimentos, os grupos presentes foram convidados a apresentar suas
experiências. Estas foram entendidas como os próprios conhecimentos que esses
grupos detém e põem em ação. Por meio de desenhos, fotos, filmes e falas
representantes do Grupo Vida e Esperança, dos povos Kuntanawa (do alto rio
Tejo, dentro da Reserva Extrativista do Alto Juruá), Kaxináwa (dos rios Jordão,
Breu e Humaitá), Ashaninka (do rio Breu) e ainda o sr. Manoel Bezerra,
cientista nativo que trabalha com extração de óleos para fabricação de sabão e
sabonete, expuseram suas atividades, pesquisas e métodos. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-daRFVBrzB88/UYXDso5Ua5I/AAAAAAAABvk/-Mj6GmwgGAE/s1600/DSC02129.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/-daRFVBrzB88/UYXDso5Ua5I/AAAAAAAABvk/-Mj6GmwgGAE/s640/DSC02129.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption"><style>
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</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Cambria; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Membros do Grupo Vida e Esperança apresentam seu
trabalho na Reserva Extrativista do Alto Juruá. (Foto: Enaiê Apel)</span>
<style>
<!--
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</style><br />
<br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Falas lideradas por pesquisadores acadêmicos
(Mariana Ciavatta Pantoja, sobre a associação entre conhecimentos tradicionais
e a floresta; Alfredo Wagner, sobre a dimensão política dos conhecimentos
tradicionais; e Mauro Almeida, sobre a ideia de rede) ocorreram nos diferentes
dias do Encontro e visaram provocar reações e participação dos presentes. </span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-aQPUNcHxAo0/UYXEnDyDWKI/AAAAAAAABv8/Xo-mhpuojOU/s1600/DSC02359.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/-aQPUNcHxAo0/UYXEnDyDWKI/AAAAAAAABv8/Xo-mhpuojOU/s640/DSC02359.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><style>
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</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: 9.0pt;">Inversão dos papéis e posições
costumazes no ambiente universitário convencional seria um pressupostos para a
fundação de uma verdadeira “universidade da floresta”. (Foto: Enaiê Apel)</span><br />
<br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Se houve momentos em que se sentia a dificuldade
pela qual uma tal conversa de saberes pode trafegar, houve outros em que as
falas de sucederam, ou mesmo tomaram a palavra do “palestrante”, conduzindo o
fio da conversa para um debate epistemológico. Na fala de Alfredo Wagner, por
exemplo, a ideia academicamente tão falada de que conhecimentos tradicionais
são um “campo de disputas” passou por diferentes entendimentos. A noção de que
a tradicionalidade é uma “invenção” também enfrentou questionamentos.</span><br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-o3Af0kz5lh4/UYXFiRNZfCI/AAAAAAAABwQ/kuOfAvTqfgU/s1600/DSC02368.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="http://4.bp.blogspot.com/-o3Af0kz5lh4/UYXFiRNZfCI/AAAAAAAABwQ/kuOfAvTqfgU/s640/DSC02368.jpg" width="480" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Jucelino Rodrigues, o Peba, do Grupo Vida e Esperança, antigo monitor socioambiental e defensor da Reserva Extrativista como uma alternativa de vida. (Foto: Enaiê Apel)</td></tr>
</tbody></table>
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</style> <span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Um outro retrato destas situações foi a espécie
de subversão pela qual a mesa dos palestrantes sempre passou, com “a platéia”
nela se instalando para fazer suas falas e a reconfigurando [a composição das
mesas] seguidamente. Todos ali eram professores em suas diferentes áreas e
campos de conhecimento. Interessante notar que, de alguma forma, isso se repetiu
também no evento público na UFAC, no dia 22 à noite, no qual todas as perguntas
da platéia foram direcionadas para os pesquisadores da floresta Antonio Caxixa
e Ibã Huni Kuin, que imprimiram sua marca própria naquele espaço acadêmico
(“mesa-redonda”), por exemplo levantando de seus lugares e se aproximando dos
ouvintes para ouvir e responder perguntas dos alunos presentes.</span><br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-o9uWcRvGbmE/UYXKkaOlt-I/AAAAAAAABwg/l5jBmC-nqnE/s1600/DSC02599.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="640" src="http://1.bp.blogspot.com/-o9uWcRvGbmE/UYXKkaOlt-I/AAAAAAAABwg/l5jBmC-nqnE/s640/DSC02599.jpg" width="480" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption">Aluna da UFAC e o professor Antonio Caxixa. (Foto: Enaiê Apel)</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Voltando ao Encontro, no dia 22, pela manhã, foi
finalmente exposto no chão um mapa de 2 mts x 3 mts contendo informações
hidrográficas e de regularização fundiária (Terras Indígenas e Unidades de
Conservação), e no qual todos, sem sapatos, puderam, literalmente, sobre ele se
debruçar e plotar suas localidades, experimentos e ameaças utilizando
ícones-cores comuns. Um primeiro passo para o que pode vir a ser um mapa
impresso de rede, espera-se, foi dado ali.</span>
<br />
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> </span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Ei9kWYRKOsQ/UYXE_6zYv-I/AAAAAAAABwE/8211zQEQerY/s1600/DSC02409.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="480" src="http://2.bp.blogspot.com/-Ei9kWYRKOsQ/UYXE_6zYv-I/AAAAAAAABwE/8211zQEQerY/s640/DSC02409.JPG" width="640" /></a></td></tr>
<tr align="left"><td class="tr-caption"><style>
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</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: Cambria; font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O trabalho sobre o mapa arrematou o esforço de
cartografia de conhecimentos, experiências e ameaças realizado durante o
Encontro. (Foto: Enaiê Apel)</span>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br />
Um espaço foi também reservado para que Alfredo Wagner,
coordenador do PNCSA, expusesse para os presentes o projeto financiado pelo
Fundo Amazônia que viabilizou não só o Encontro, como viabilizará alguns de
seus desdobramentos ao longo deste ano e 2014. Dados sobre o orçamento total do
projeto, itens financiados e valores, o custo do Encontro, entre outros, foram
repassados aos presentes.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: Cambria; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: "MS 明朝"; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-fareast; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Ao final do evento, algumas diretrizes foram
recolhidas no sentido de pautar as ações do PNCSA no Acre, mais propriamente no
Vale do Juruá, região privilegiada pelo acúmulo de relações de pesquisa da
equipe responsável e pela quantidade de áreas protegidas existentes,
experiências em curso e pela notável sociodiversidade que a marca. Ficou claro
que atividades que dessem continuidade a este primeiro Encontro – como
oficinas, capacitação e divulgação – são necessárias, e enfatizou-se que elas
deveriam agora passar para uma escala local e dar continuidade aos intercâmbios
entre conhecimentos e conhecedores, expandindo a capacidade de mobilização da
rede.</span>
<span id="goog_725932367"></span><span id="goog_725932368"></span>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-36710721463564905362013-04-25T08:38:00.004-07:002013-04-25T08:38:41.970-07:00Carta aberta ao governador<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Estes dias chegou na minha caixa de email uma carta ao governador do Acre, Tião Viana. Uma carta anônima. Anônima por medo das perseguições costumazes que, afirma o(a) autor(a) costumam sofrer os críticos do, já vai longe, governo "da floresta" e, hoje, "do povo" - continuamos insistindo nesta separação, e o campo da política pública é mestre nisto! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Resolvi postar a carta aqui pois trata de relevante interesse nosso - humanos e não humanos: a distribuição de sementes trangênicas, da Monsanto, no nosso estado, a agricultores desejosos de viver da agricultura. Trata das nossas opções de desenvolvimento, do enaltecimento do agronegócio monocultor em detrimento de opções mais locais e inovadoras. É como diz a própria Vandana Shiva citada na carta: neste modelo de desenvolvimento, não há lugar para o pequeno.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">CARTA ABERTA AO GOVERNADOR DO ACRE</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">SOBRE A LIBERAÇÃO DO MILHO TRANSGÊNICO</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">FACE
À LEI ESTADUAL N. 1.534 </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">DE
22 DE JANEIRO DE 2004</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Rio Branco, AC, 19/04/13 (dia do
índio, o maior agroecologista que conhecemos).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";"><span> </span>Senhor
governador Tião Viana,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Venho por meio desta
questionar vossa senhoria acerca da distribuição do milho transgênico "Yeldgard
VT Pro2", criado e patenteado pela empresa Monsanto, e trazida ao Acre
pela sua parceira Agroceres, uma vez que dispomos da Lei Estadual n. 1.534, de
22/01/2004, que </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">"<i>v<span>eda o cultivo, a manipulação,
a importação, a industrialização e a comercialização de Organismos Geneticamente
Modificados (OGMs) no Estado do Acre</span></i><span>". Venho de forma anônima, temendo as costumases perseguições que
sofre quem questiona o governo.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Senhor governador, a Lei
n. 1.534 que o seu irmão, Jorge Viana, assinou, foi revogada?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Esta mesma lei diz que é "</span><i><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">vedada a comercialização de
produtos que, em sua composição, contenham substância proveniente de OGMs e que
tenham como destino a alimentação humana ou animal</span></i><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">". Mas hoje, nos supermercados, não encontramos
nenhum cuscuz (nosso pão-de-milho) nem munguzá que não seja transgênico!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">E
que fim levou o "CTEBio", criado na Lei n. 1.534, com diversos
representantes da sociedade civil ? Ele foi criado? Funciona?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-weight: normal;"><span><span style="font-size: small;"></span></span><span style="font-size: small;">Estes
dias mesmo, senhor governador, saíram mais notícias denunciando a empresa que
talvez seja a mais criminosa do mundo, a Monsanto, pela epidemia de suicídios
de agricultores endividados na Índia, escravizados pelos pacotes tecnológicos
da empresa ("</span></span><span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-weight: normal;"><span style="color: windowtext;">As sementes de suicídio da Monsanto</span><a href="http://racismoambiental.net.br/">" http://racismoambiental.net.br</a>, em 15/04/2013, escrita pela renomada cientista Vandana Shiva). Porque o seu
governo decidiu fazer parceria justamente com esta empresa, tão criticada e
processada no mundo inteiro?</span></span></h2>
<span style="font-size: small;">
</span><h2 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-weight: normal;"> </span></span></h2>
<span style="font-size: small;">
</span><h2 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-weight: normal;">Tempos
atrás, senhor governador, foi publicado o importante estudo do Prof. G. Séralini,
da Universidade de Caen, na França, demonstrando que o milho transgênico está
causando diversos casos de câncer, e graves doenças do fígado, rins e mortes em
ratos (ver em <a href="http://aspta.org.br/2012/09/o-fim-da-duvida/" target="_blank"><span style="color: windowtext;">http://aspta.org.br/2012/09/o-<wbr></wbr>fim-da-duvida/</span></a>
e diversos outros sítios na internet). As fotos dos ratinhos cancerosos são
alarmantes, em que os tumores têm tamanho de bolas de ping-pong. As pesquisas
deste grupo são tão perseguidas pelas empresas que precisaram
ser feitas em alto grau de sigilo.</span></span></h2>
<h2 style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-weight: normal;"> </span></h2>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";"> Agrotóxicos e transgênicos
são absolutamente <span>prejudiciais à
biodiversidade e à saúde humana</span>, e são pacotes de grandes multinacionais
e bancos de crédito que <span>escravizam os
produtores </span>e, pior, os transgênicos exigem e fazem parte de um processo
de <span>crescente uso de agrotóxicos </span>nas
lavouras. "Coincidentemente", as mesmas empresas que produzem os
agrotóxicos, produzem as sementes transgênicas vinculadas (resistentes) aos
seus próprios agrotóxicos!</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Em diversos países do mundo,
boa parte dos agrotóxicos e todos os transgênicos são proibidos. O Brasil vem
dando um péssimo contra-exemplo, servindo de verdadeiro lixão de despejo dos
agrotóxicos mais perigosos que existem, sendo hoje o país de mais alto consumo
destes venenos, que estão condenando populações inteiras ao câncer, como em
Lucas do Rio Verde (MT), Unaí (MG) e cidades do Ceará. Tornando os brasileiros
todos cobaias, num contexto em que a ANVISA é sumariamente impedida de
trabalhar e o CTNBio é dominado pelas empresas, que, aliás, já as liberou de
qualquer licenciamento ambiental ou monitoramento dos transgênicos no ambiente (<a href="http://aspta.org.br/campanha/boletim-536-11-de-novembro-de-2011/" target="_blank"><span style="color: windowtext;">http://aspta.org.br/campanha/<wbr></wbr>boletim-536-11-de-novembro-de-<wbr></wbr>2011/</span></a>).</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">É incrível como os governos
brasileiro e estaduais estão se aliando a estas megaempresas que ganham rios de
dinheiro em cima de crimes ecológicos, sociais e de saúde pública.</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Senhor governador, hoje já
é de conhecimento de todos, com vasto material bibliográfico e na internet, as
campanhas permanentes "contra os agrotóxicos e pela vida",
"Brasil ecológico, livre de transgênicos e agrotóxicos" e
semelhantes, lideradas por cientistas pesquisadores de renome, Fundação Oswaldo
Cruz, organizações agroecológicas e de agricultores familiares, IDEC (Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor), entre muitas outras.</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Como é que o governo do
Acre distribui sementes de milho transgênico gratuitas, via Secretaria de
Agricultura e Pecuária, dizendo que isto é "desenvolvimento
sustentável"? Pior é alardear em tons de lavagem cerebral que trata-se de
uma "nova semente", com "inúmeras vantagens", tranzendo
"tranquilidade" ao produtor, que afirma sorridente "este milho
aceita bem o veneno contra pragas". (<a href="http://www.agencia.ac.gov.br/index.php/noticias/producao/17379-secretaria-de-agropecuaria-apresenta-novidade-para-plantio-de-milho-a-agricultores.html" target="_blank"><span style="color: windowtext;">http://www.agencia.ac.gov.br/<wbr></wbr>index.php/noticias/producao/<wbr></wbr>17379-secretaria-de-<wbr></wbr>agropecuaria-apresenta-<wbr></wbr>novidade-para-plantio-de-<wbr></wbr>milho-a-agricultores.html</span></a>).</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">É, senhor governador, este
milho de laboratório "aceita bem o veneno", mas e nós, e os seres
vivos dos nossos ecossistemas, "aceitamos bem o veneno"? O senhor e
seus filhos aceitam? Será que nossos filhos e netos, ou nós mesmos, não
sofreremos com estes cânceres e doenças graves decorrentes deste e outros
agrotóxicos e transgênicos?</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">As empresas estão deitando
e rolando em cima do governo brasileiro desenvolvimentista e suicida. Cuidado,
senhor governador, para não seguir cometendo este erro, e faça cumprir sua
própria Lei n. 1.534 de 2004.</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 70.9pt;">
<br /></div>
<span lang="EN-US" style="font-family: "Arial","sans-serif";">Queremos nosso pão-de-milho
e munguzá naturais de novo, queremos não ter que morrer de medo ao nos
alimentarmos todos os dias! O Acre tem natureza abundante, não precisa de
agrotóxicos nem de transgênicos.</span>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-52495581549182281512013-03-07T10:08:00.003-08:002013-03-07T10:08:42.575-08:00Mais um round contra Belo Monte<i><span style="font-size: large;">Senhores da Eletrobrás, </span></i><br />
<br />
<i><span style="font-size: large;">A palavra de vocês não vale nada. Acabou a conversa. Nós
mebengôkre/kayapó não queremos nem mais um real do dinheiro sujo de
vocês. Não aceitamos Belo Monte e nenhuma barragem no Xingu. Nosso rio
não tem preço, os peixes que comemos não tem preço, a alegria dos nossos
netos não tem preço. Não vamos parar de lutar, em Altamira, em
Brasília, no Supremo Tribunal Federal. O Xingu é nossa casa e vocês não
são bem vindos.</span></i><br />
<br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-size: large;">Leia a <a href="http://www.xinguvivo.org.br/2013/03/06/para-fortalecer-a-luta-contra-belo-monte-caciques-kayapo-recusam-45-milhoes-da-eletrobras/">carta na íntegra</a><span style="font-size: large;">.</span></span></span><i><span style="font-size: large;"> </span></i>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-48691356687443581852012-09-21T14:33:00.001-07:002012-09-21T14:42:42.270-07:00GUARANI E KAIOWÁ E A UNIVERSIDADE PÚBLICANOTA PÚBLICA FESTIVAL DE INVERNO/UFMG EM APOIO GUARANI E KAIOWÁ-MS<br />
<br />
A UNIVERSIDADE E O GENOCÍDIO DOS POVOS GUARANI E KAIOWÁ NO MATO GROSSO DO SUL<br />
<br />
Em maio de 2012 o professor César Guimarães, ao caracterizar a noção de "Bem Comum", em torno da qual propunha construir a 44ª edição do Festival de Inverno da UFMG, ofereceu-nos a seguinte reflexão:<br />
<br />
Faz pouco tempo, o crítico e curador Simon Sheikh reivindicou que as exposições de arte, tão obedientes à agenda neoliberal, não fossem apenas propriedade do capital, mas também espaços de invenção de novos horizontes de mundo, guiados pelos potenciais de emancipação e esperança das lutas sociais. Longe, muito longe dos espetáculos em que se transformaram as grandes exposições de arte, incluímos no 44º Festival de Inverno da UFMG a participação dos Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul. Submetidos à violência e à pressão econômica exercida pelo agronegócio na região em que vivem, munidos somente do seu maracá e dos cantos, os índios enfrentam o coração endurecido dos brancos, rezando para que a terra floresça e as crianças proliferem (tal como se expressa um dos xamãs no documentário Mbaraká: A palavra que age). (...) No Brasil de hoje, os índios, os habitantes de comunidades quilombolas, ribeirinhas ou extrativistas são os que mais corajosamente se opõem à dilapidação sistemática da propriedade coletiva (conduzida tanto pelas empresas particulares quanto pelo Estado). Em seu anonimato, vivendo em condições adversas, são eles que fazem valer concretamente, em sua existência cotidiana, o slogan do Ministério da Cultura: "Patrimônio imaterial, bem do Brasil".<br />
<br />
De fato, em julho de 2012os coordenadores do Festival de Inverno da UFMG recusaram ativamente os espaços e formatos guiados pela lógica da espetacularização,que despotencializamo que professores, artistas, mestres das culturas tradicionais e intelectuais brasileiros têm a fazer e a dizer<br />
quando estão juntos. O festival foi experimentado à maneira de um ritual no qual os sentidos elaborados, tornados expressões,são intensificados e compartilhados. Foram proferidos cantos e histórias em várias línguas faladas cotidianamente no Brasil, e inúmeros participantes descobriram,<br />
maravilhados, a possibilidade de multiplicar as janelas do conhecimento e as formas de viver.<br />
<br />
Durante o encontro com nossos convidados Mbya Guarani do Paraná e Rio Grande do Sul e Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul, fomos arrebatados por seus cantos, pela sua rigorosa forma de expressão, pelas suas "belas palavras", pela generosidade com a qual nos transmitiram conhecimentos<br />
sobre a cura e o uso da terra, das águas, das plantas e do céu. Aprendemos um pouco mais sobre a longa e rica história dos povos Guarani por todo o território brasileiro, cujas marcas ficaram perenes nos nomes dos rios, das montanhas, das cidades e ruas, dos alimentos, dos peixes e de outros tantas<br />
espécies de animais e plantas, nomes que cotidianamente pronunciamos. Mas para além do arrebatamento, ficamos estarrecidos, silenciados, indignados ao tomar conhecimento do que se passa hoje em Mato Grosso do Sul.<br />
<br />
Nossos convidados relataram o trabalho degradante, e muitas vezes escravo, a que são submetidos homens e mulheres –jovens e crianças –nos campos de cana de açúcar para a produção do etanol, hoje chamado pelos seus produtores de "energia limpa". Ouvimos o relato sobre as prisões de mais de 200 jovens guarani que, por vezes, sequer sabem o que fazem por lá ou compreendem a língua portuguesa. Ouvimos com preocupação seus relatos sobre a degradação ambiental que transforma o estado do Mato Grosso do Sul em um extenso campo de soja e cana de açúcar, poluindo os rios com agrotóxicos. Nossos convidados relataram o assassinato de seus avós, pais, amigos, grandes intelectuais da civilização guarani. Desde meados dos anos 70, quando centenas de famílias guarani e kaiowá foram expulsas de suas terras e confinadas em reservas na região sul de MS, próximas a cidades como Dourados, Caarapó e Amambai, muitos indígenas se revoltaram contra essa imposição e resolveram retomar seus tekoha – "o lugar onde se pode viver do nosso modo", ou terras sagradas – mais de 250 sábios, lideranças, mulheres e crianças foram assassinados impunemente, além de terem ocorrido mais outras 200 tentativas de assassinato.<br />
<br />
Lamentamos o triste relato da epidemia de suicídio entre os jovens guarani, muitos deles entre 12 e 16 anos, com números de mortes comparáveis às maiores taxas do mundo nos últimos anos. Escutamos o que nos disseram sobre a falta criminosa de atendimento médico ou os frequentes atropelamentos dos guaranis nas beiras de estradas. Todos esses relatos mostram, de maneira estarrecedora, como estes nossos pares intelectuais, defensores incansáveis de um tão rico patrimônio ambiental, humano e cultural, são tratados de modo desumano e devastador.<br />
<br />
Como professores universitários, pensadores, artistas, denunciamos o modelo de conhecimento que hoje ampara os expropriadores de terras e que faz com que a região do país como maior índice de desenvolvimento econômico seja também o lugar onde se pratica, aberta e impunemente, o genocídio contra uma população indígena, coisa extremamente vergonhosa para a história do Brasil. Esse modelo de conhecimento está destruindo centenas de formas de vida de uma das mais belas regiões do Brasil.<br />
<br />
<i>Coordenadores, artistas e especialistas convidados do 44º Festival de Inverno da UFMG – Diamantina/2012</i>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-22156640419288758212012-08-21T14:30:00.000-07:002012-08-21T14:30:34.702-07:00Viva o Livro Vivo do Pagé Agostinho Mateus!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-FFLTszT0C48/UDP9neUfbaI/AAAAAAAABr0/U8tvDCNlcAQ/s1600/Convite_Livrovivo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="332" src="http://4.bp.blogspot.com/-FFLTszT0C48/UDP9neUfbaI/AAAAAAAABr0/U8tvDCNlcAQ/s640/Convite_Livrovivo.jpg" width="640" /></a></div>
<br />Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-20664128271275986012012-06-17T10:01:00.001-07:002012-06-17T10:03:56.879-07:00Afinal, um esclarecimento!Hoje, no <a href="http://www.altino.blogspot.com/">blog do Altino Machado</a>, li com um aperto no coração, mas também com certo alívio, uma entrevista (que reproduzo abaixo) com meu caro amigo e profissional engajado <a href="http://www.ifch.unicamp.br/profseva/">Oswaldo Sevá</a> sobre o significado da prospecção de petróleo nas florestas acrianas do ponto de vista do bem-estar dos seus moradores, sejam eles humanos, animais ou vegetais.<br />
<br />
Todo o processo prospecção de petróleo, desde seu anúncio - não me recordo exatamente quando, mas lembro do então senador Tião Vianna (PT-AC) revelando uma articulação que já tinha pelo menos 4 anos de vida, pelo visto na surdina - tem sido saudado, com raras e honrosas exceções, como uma benesse; a imprensa local e a agência de notícias do Acre não se cansam de dizer o quanto a iniciativa é positiva e estaria cumprindo todos os procedimentos legais necessários. Os recursos econômicos (financeiros, na verdade) que o petróleo e o gás, se explorados, trarão para o estado são enaltecidos, e royalties a serem pagos às populações locais (indígenas em particular) cumpririam o papel de mitigar e compensar as mudanças de vida que certamente se farão sentir - e no caso dos índios o contexto mais geral é o da discussão sobre mineração em Terras Indígenas, agora a todo vapor no Congresso Nacional (nacional?).<br />
<br />
Indiscriminadamente (intencionalmente?), reuniões de esclarecimento técnico por parte da Georadar, empresa que ganhou a licitação para a prospecção sísmica, são confundidas com "audiência" ou "consulta" públicas; há uma empolgação local diante de promessas de empregos e progresso; o complexo de isolamento e atraso, que parece assolar as cidades localizadas dentro ou nas margens da floresta, vem à tona com força; a idéia de que nosso desenvolvimento poderia seguir outros rumos a partir do nosso diversificado patrimônio natural e cultural (material e cosmologicamente falando) cai por terra diante da força avassaladora do "desenvolvimento econômico", da ganância de alguns e da estreiteza de pensamento de outros tantos; sem um movimento de oposição que reúna os povos da floresta, as iniciativas de resistência são, por um lado, taxadas de irresponsáveis e não representativas do conjunto (como de fato não poderiam ser), por outro lado, acabam entrando num jogo político cheio de faccionalismos.<br />
<br />
E aí vem a entrevista com o Sevá nos lembrar sobre o que está por vir, ou mesmo já está por aqui. Originalmente feita para um jornal local, ela nunca foi publicada, e agora pode ser lida no <a href="http://www.altino.blogspot.com.br/2012/06/ameacas-da-industria-petrolifera-no.html#links">blog do Altino</a>, ou aqui, logo abaixo. Boa leitura. Lavou-me a alma, encardida de tanta conversa mole que ando ouvindo, ou esmaecida das conversas qualificadas que não se fazem ouvir.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
* * * </div>
<br />
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><b>REPÓRTER - </b>Estou
com uma pauta sobre a autorização dada pelo Ibama para que a ANP
promova a terceira fase de estudos sísmicos para avaliar a possibilidade
de explorar a retirada de gás natural e petróleo em nosso Estado.
Gostaria de saber se o senhor, como um especialista no assunto que é,
conforme fui informado pelo coordenador regional do Conselho Indigenista
Missionário Regional Amazônia Ocidental, Lindomar Padilha, poderia
opinar sobre o assunto, o que pensa sobre essa exploração na região
amazônica, relatasse sua visão sobre essa intenção, que é baseada em um
projeto elaborado em meados da década de 70.</span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><b>OSWALDO SEVÁ - </b>Não
me considero especialista em prospecção sísmica. Mesmo assim é possível
comentar a situação. Sou engenheiro mecânico, com um doutorado em
Geografia, trabalhei durante 20 anos na área de Energia da Unicamp e
atualmente prossigo com os mesmos temas nas Ciências Sociais - onde o
meu foco principal é a situação dos grupos humanos atingidos e a
Natureza prejudicada pelas atividades industriais, mineradoras e de
produção de combustíveis e de eletricidade. Desse ponto de vista, é
lamentável que toda a Amazônia, incluindo os territórios de países
vizinhos, esteja no alvo da indústria petrolífera internacional, que
sabidamente é poderosa, anti-democrática, envolvida em guerras e em
atividades repressivas em vários países e cujos gerentes e engenheiros
costumam cometer desmandos e atrocidades lá onde a indústria decide
funcionar. Porque são funcionários a serviço de uma máquina que
desconhece limites e que irá até as últimas consequências para saber
onde tem e onde não tem petróleo, e, ao encontrar reservas com potencial
lucrativo, vai explorá-las intensamente e sem qualquer preocupação
séria com os moradores e com a Natureza.</span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><b>Pela experiência que o senhor tem, qual a probabilidade de dar certo uma exploração desse porte na região?</b></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;">Dar
certo quer dizer encontrar petróleo e/ou gás natural em quantidade
considerada atraente para a indústria? Se for isso, eu não saberia
dizer, pois essa resposta necessita de informações técnicas e geológicas
acumuladas e detalhadas, que, no momento, quase ninguém tem acesso.
Sabe-se que na região produtora entre os rios Urucu e Tefé tem muito
gás, e que o petróleo, que é retirado desde 1986, está se acabando;
sabe-se que no Baixo Vale do Juruá, na região de Carauari, tem muito gás
e já está sendo preparada uma exploração comercial ligando com o
gasoduto de Urucu a Manaus. Além disso, quem afirmar que no Sul do
Amazonas ou no Acre "será encontrado petróleo" está chutando, e, pior,
está querendo que isso aconteça porque vislumbra alguma possibilidade de
tirar proveito disso. </span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><b>Poderia
indicar os prós e os contras de se executar um trabalho como esse em
uma área que em sua maior parte é composta por terras indígenas e de
preservação ambiental? Quais os principais impactos seriam sentidos de
imediato?</b></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;">Essas
atividades vão atrapalhar, incomodar, e até infernizar a vida de muita
gente na região. Os levantamentos sísmicos significam que a poderosa
indústria petrolífera foi autorizada a desembarcar com seus homens e
equipamentos e que ali vai ficar por vários anos, tentando controlar
tudo e mandar na vida das pessoas. A mata será rasgada para campos de
pouso, estradas e trilhas; os sobrevôos, a circulação dos barcos e
veículos, os testes com bombas enterradas tudo isso vai afugentar a
caça, prejudicar as roças e a pesca; a movimentação de pessoas estranhas
na área vai gerar, como sempre, conflitos, aumento do alcoolismo, das
drogas, da prostituição. Se for preciso alterar a legislação, a
indústria conseguirá, para ser autorizada a prospecção em Unidades de
Conservação de Proteção Integral, como são os Parques Nacionais,
Reservas Biológicas e Estações Ecológicas. Essas áreas estarão
condenadas a nunca mais serem de fato protegidas. Nas terras indígenas
também são proibidas por enquanto as atividades, mas vão forçar para
fazer, lá dentro ou na faixa vizinha, "do lado de fora"; para os
nativos, vão ficar prometendo dinheiro, recompensas, serviços,
mercadorias, e até "trabalho" para eles, e "comissões" para a Funai.
Não tem retorno. </span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><b>A
experiência executada em Coari, no Amazonas, em moldes parecidos, foi
positiva ou negativa? O que se pôde tirar de lição daquele trabalho? O
senhor produziu um livro sobre o tema?</b></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;">Visitei
uma única vez por poucas horas a base produtora de Urucu, sobrevoei o
primeiro trecho do gasoduto e pousei duas vezes no aeroporto de Coari.
Não estou em condições de fazer esse balanço de prós e contras. Não
escrevi um livro, nem poderia, mas fiz uma serie de três artigos longos,
publicados na coluna do meu compadre Txai Terri Aquino em um jornal de
Rio Branco, em 2007, um deles em co-autoria com o antropologo Marcelo
Iglesias.</span></div>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-78235523149834495692012-05-16T20:33:00.002-07:002012-05-17T06:42:27.338-07:00O espírito da floresta em Paris<br />
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-cITPnoNDjvQ/T54cLpfbqrI/AAAAAAAACyM/vM_IVvKZYR4/s1600/b734a252616c1497e6e64e3d1c190d31f5f237e9.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://2.bp.blogspot.com/-cITPnoNDjvQ/T54cLpfbqrI/AAAAAAAACyM/vM_IVvKZYR4/s320/b734a252616c1497e6e64e3d1c190d31f5f237e9.jpg" width="226" /></a><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Desde ontem, dia 15 de maio, até 21 de outubro deste ano, a floresta baixou na Fundação Cartier, em Paris. Pois é, trata-se da exposição <i>Histoires de voir: Histórias de se ver, </i>com obras e narrativas de mais de 40 pintores, escultores e
cineastas de países como o Brasil, Índia, Congo,
Haiti, México, Dinamarca, Japão e EUA. Não são artistas renomados no mundo das artes plásticas. Como diz o curador da exposição: trata-se de pessoas para quem a arte "tem laços estreitos com a
hipersensibilidade do coração", e cujos trabalhos são "documentos
vivos". </span><br />
<br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">O mais bacana de tudo é que temos amigos expondo lá: o grupo de desenhistas da Terra Indígena do Rio Jordão, que traduzem em imagens suas mirações sob a força e o canto ayahuasqueiros. </span><br />
<br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Na verdade, ano passado, a exposição "O espírito da floresta" teve sua primeira vernissage aqui em Rio Branco, e quem viu, viu, quem não viu... se socorra do <a href="http://nixi-pae.blogspot.com.br/">blog do projeto</a>. </span><br />
<br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Estão lá em Paris, participando dos eventos em torno da exposição o <a href="http://nixi-pae4.blogspot.com.br/">Ibã</a> e o <a href="http://imperceptiveis.blogspot.com.br/">Amilton</a> Pelegrino de Mattos, os dois parceiros que idealizaram o projeto, e seguem tocando e desdobrando esta fértil parceria. Longa vida a ela! E os dois, não satisfeitos com o mundo das artes, aceitaram o convite da profa. Véronique Boyer e foram palestrar para a intelectualidade francesa no Centro de Pesquisa Sobre os Mundos Americanos. Tanto o Amilton como a Véronique são parte da equipe do nosso Laboratório de Antropologia e Florestas (Aflora), aqui na UFAC, e o Ibã bem pode ser considerado um membro honorário! Estamos bem honrados com tudo isso.</span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"><br /></span><br />
<div style="text-align: center;">
<img border="0" height="269" src="http://3.bp.blogspot.com/-3KdjxaeFRFk/T5q7Q2obQOI/AAAAAAAACxw/cTv27oUf7gI/s400/Affiche%2BConf.%2Bexcep%2B16%2Bmai%2B2012.jpg" width="400" /></div>
<br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Viva o povo Huni Kuin! Viva o Jordão! Viva a ayahuasca! E viva a Rainha da Floresta!</span>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-51538253357282689082012-05-08T18:59:00.000-07:002012-05-08T19:01:15.693-07:00Carta Declaratória sobre a Prospecção e Exploração de Petróleo e Gás no Juruá<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small;">Reunidos na cidade de Cruzeiro do Sul durante o Seminário <b>“Petróleo, Gás e Ferrovia no Juruá</b>: <b>Desafios e Oportunidades para as
Comunidades</b>”, no dia 14 de abril de 2012, nós, representantes de 09 povos,
12 Terras Indígenas e 04 associações indígenas, por intermédio desta carta,
apresentamos alguns pontos que entendemos são de extrema urgência e de importância
para serem considerados e tratados pela Presidente da República, a Agência
Nacional de Petróleo, o Governo do Estado do Acre e demais instituições
envolvidas.</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">É de nosso conhecimento que as
atividades de prospecção de petróleo e gás estão ocorrendo na região do Juruá,
especificamente nos Municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues
Alves, Porto Walter e Marechal Taumaturgo, sem os informes e os esclarecimentos
necessários para salvaguarda da população e do meio ambiente da região, caso
venha acontecer algum prejuízo. </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Nós percebemos que até o momento vem
acontecendo reuniões e encontros políticos que tratam sobre esses grandes
projetos de desenvolvimento. Não foram consideradas, contudo, as reuniões de informação
e de consulta com a população da região, que seriam de extrema importância para
discutir os riscos e benefícios de forma bem transparente. </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">De acordo com o mapa de linhas
sísmicas da empresa Georadar, a atividade chegará próxima às Terras Indígenas Campinas-Katukina,
Poyanawa, Jaminawa do Igarapé Preto e Arara do Igarapé Humaitá, além do Parque
Nacional da Serra do Divisor, podendo ocasionar impactos ambientais, sociais e
culturais, diretos e indiretos, nos territórios, nas populações indígenas e
populações tradicionais. </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Cientes dos direitos aos nossos
territórios e a processos de Consulta
Livre, Previa e Informada, com base no Artigo 231 da Constituição Federal: “São
reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente
ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar seus bens”,
e no seu inciso 3: “O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os
potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas
só podem ser efetivadas com autorização do Congresso Nacional, e ouvidas às
comunidades.”, nós, lideranças presentes no seminário acima citado,
consideramos alguns pontos que podem afetar diretamente os territórios das populações
tradicionais da região:</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Se confirmada a existência de petróleo e gás na terceira fase
da prospecção, a do levantamento sísmico, na próxima etapa de exploração podem ocorrer
impactos em nossas comunidades e territórios, situação que nos preocupa muito,
por que vem contrariar a gestão territorial e ambiental nas terras indígenas e
as recomendações do Zoneamento Ecológico Econômico do Estado do Acre; </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Este processo reforça as ameaças aos direitos indígenas e
reforça um modelo de desenvolvimento que ameaça a cultura dos povos indígenas,
como por exemplo, a criação de dependência das comunidades a novas
necessidades.</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Durante 10 meses, a empresa Georadar vai contratar cerca de
400 pessoas da região para trabalhar como mão de obra nas picadas. Esta
quantidade de pessoas vai ficar acampada, tendo que abrir clareiras e picadas,
criando impactos muito grandes sobre os animais que constitui a principal
alimentação dos moradores da floresta. Esses trabalhadores vão criar uma grande
movimentação fluvial e terrestre, que pode ocasionar poluição dos rios,
afetando a saúde da população local. Estamos preocupados, ainda, com os
impactos sociais que a presença dessa quantidade de homens pode causar nas
comunidades e mesmo nas cidades onde funcionarão os acampamentos. </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Temos o direito de sermos informados sobre os locais onde
estão ocorrendo às atividades de prospecção de petróleo e gás e, também,
devemos saber como estes processos estarão sendo feitos. Uma política de
informação deve ser desenvolvida nas comunidades da região, para alertá-las dos
trabalhos que serão realizados e dos riscos que estes envolvem.</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; margin-left: 36pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Não precisamos de assistencialismo, mas queremos benefícios,
através de projetos de saúde de qualidade, de educação, de produção sustentável
e do fortalecimento da nossa organização social e cultural nas nossas terras e
de nossas organizações de representação. </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 16pt; margin: 6pt 0cm 0.0001pt 38.75pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="font-size: small;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="color: windowtext; font-size: small;">Para
além das medidas já previstas no Plano de Controle Ambiental e na licença
concedida pelo IBAMA, temos direito, como parte de um processo de consulta
livre, prévia e informada, de debater as formas de compensação e repartição de
benefícios dos empreendimentos ligados ao desenvolvimento regional.</span><span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 16pt; margin: 6pt 0cm 0.0001pt 38.75pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="font-size: small;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="font-size: small;">Requeremos que os órgãos ambientais (IBAMA, ICMBio, SEMA e IMAC) e os
Ministérios Públicos Federal e Estadual façam respeitar a legislação e as
salvaguardas ambientais relativas à prospecção e à exploração de petróleo e
gás, socializando e divulgando os relatórios relativos às fiscalizações e ao
cumprimento dos condicionantes do licenciamento. </span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 16pt; margin: 6pt 0cm 0.0001pt 38.75pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;">
<span style="font-size: small;">·<span style="-moz-font-feature-settings: normal; -moz-font-language-override: normal; font-size-adjust: none; font-stretch: normal; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; line-height: normal;">
</span></span><span style="font-size: small;"> Rejeitamos
possíveis mudanças na legislação, na regulamentação da lei de mineração no
Congresso Nacional, que vise abrir as terras indígenas à prospecção e à
exploração de petróleo e gás, por que vai contra os direitos indígenas,
consagrados na Constituição Federal e nas convenções internacionais (Convenção
169 da OIT e Declaração dos Direitos Indígenas da ONU).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 16pt; margin: 6pt 0cm 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 16pt; margin: 6pt 0cm 0.0001pt; text-align: center;">
<span style="font-size: small;">Cruzeiro do Sul
– Acre, 14 de Abril de 2012</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Assinam
esta carta </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Organização
dos Professores indígenas do Acre (OPIAC)</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="color: windowtext; font-size: small; line-height: 150%;">Associação
Apiwtxa do Rio Amônea </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Associação do Povo Arara
do Igarapé Humaitá – APAIH</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Associação do Povo Indígena
Nukini da Republica – AIN</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">E representantes das
Terras Indígenas </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Nukini</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Kaxinawá do Rio Jordão</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Campinas/Katukina</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Kaxinawá da Praia do
Carapanã </span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Rio Gregório</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Kaxinawá/Ashaninka do rio
Breu</span></div>
<div class="Default" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 20.75pt;">
<span style="font-size: small; line-height: 150%;">Cabeceira do Rio Acre</span></div>
<span style="font-size: small;">
</span><span style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; font-size: small; line-height: 115%;">Arara
do Igarapé Humaitá</span>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-69423989402447131972012-04-21T14:05:00.000-07:002012-04-21T14:08:23.635-07:00Novo email de N'aviDando continuidade aos relatos de primeira mão de nosso amigo-nativo, que protegerei aqui sob o pseudônimo de N´avi, chegou-me hoje as mãos um novo email dele, contando sobre um levantamento realizado pela GEORADAR em 2011 e do qual tomou parte como mateiro. Novamente, como no primeiro relato, "traduzo" o texto logo após o original, com algumas dificuldades, como ficará visível na leitura.<br />
<br />
É também visível a preocupação de N'avi com o que pode acontecer com a mata e todos os seres que nela vivem. A empresa aparece citada, claro, e o IBAMA também, como ausente, ou omisso.<br />
<br />
<i>esta empresa,mim proucurou, para faze um alevotamento,para ele mais ,
como mateiro,ela para dentefica,árvore, e todo que fica no solo, eu fui mais tanto que eu fis e falei para o IBAMA, que para esta
empresa,começa, seus trabalho, é eu falei, todo que eu vim é que
porderia, acom tesse sifosem, vedade mesmo mais aminha esperança ela que
estor, não acotecesim, mais, mesmo assim esta com ano que eles mim
proucuram,mais o trabalho,que eu fis com eles, o IBAMA não deu,aminima
teção é final, mente , ela já comesou, o trabalho, quando, eles mim
proucuram, fis questão dii ,com eles mais não a diantou, nada, oslugare,que eu fui que estava no mapiamento,deles todo ponto do
GPS ficou peto da bela dos Rios é igarapés,é também, muito Rasto de
caça como porco é veado todo outro,animais, eu coloquei no Relatório que
eu fis para eles,mais mesmo asim, não adiantou,na
da, estou, preucupado, agora, o que pode a contesse, com noça mata, eu não tenho solução, porque nosso
governo,não dar valu vida nem de jente é nem ,dos animais, abraço do
amigo</i><br />
<br />
<i>Esta empresa </i>[a GEORADAR] <i>me procurou para fazer um levantamento para ela, mas como mateiro, era para identificar árvores e tudo que fica no solo. Eu fui mas tanto que eu fiz e falei para o IBAMA que para esta empresa começar seus trabalhos, e eu falei tudo que eu vi e que poderia acontecer se fosse verdade mesmo, mas minha esperança era que isto não acontecesse. Mas mesmo assim está com um ano que eles me procuraram mas o trabalho que eu fiz com eles o IBAMA não deu a mínima atenção, e finalmente ela já começou o trabalho. Quando eles </i>[da GEORADAR] <i>me procuraram fiz questão de ir com eles </i>[ir no IBAMA]<i>, mas não adiantou nada. Os lugares que eu fui, que estavam no mapeamento deles, todo ponto de GPS ficou perto da beira dos rios e igarapés, e também muito rastro de caça como porco e veado e todo outro animal. Eu coloquei no relatório que eu fiz para eles, mas mesmo assim não adiantou nada. Estou preocupado agora com o que pode acontecer com nossa mata. Eu não tenho solução porque nosso governo não dã valor a vida nem de gente e nem dos animais. Abraço do amigo</i>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-6626086115645559812012-04-21T11:03:00.000-07:002012-04-21T11:03:07.992-07:00Imperdível, aqui em Rio Branco!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-nKvrVLQ4Qtg/T5L1vOJw2-I/AAAAAAAABrk/O0XjTsEPJHo/s1600/ConviteRBR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="226" src="http://4.bp.blogspot.com/-nKvrVLQ4Qtg/T5L1vOJw2-I/AAAAAAAABrk/O0XjTsEPJHo/s320/ConviteRBR.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
Pessoal, taí o convite do lançamento do livro do Terri, "Papol de Índio", o primeiro de uma imensa copilação de escritos que contam, de uma certa perspectiva, digo, de uma fascinante perspectiva, a história do Acre nas últimas décadas. Vale ir, vale adquirir e vale ler. A noite vai ser boa, com música e muita gente bacana pra conversar - não perca!Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-91770759302194607182012-04-17T09:52:00.003-07:002012-04-17T09:52:48.362-07:00Em busca do petróleo na floresta: começou a corrida!Reproduzo abaixo email recebido hoje de um amigo seringueiro e pesquisador da floresta (de quem omito o nome para preservá-lo de alguma forma de eventuais perseguições e preconceitos) sobre o início das explosões sísmicas no Alto Juruá em busca de petróleo e gás.<br />
<br />
Para entender o que vem a seguir, melhor ler em voz alta. Para os que tiverem mais dificuldade com a língua nativa, "traduzo" (com todas as dificuldades que isso implica) na sequência o texto:<br />
<br />
<i>para todo amigo em cruzeiro do sul comesa, o trabalho de uma
impresa,GEORADAR, pegando, de porto walte,a é pichuna,combrido ,
todas esta área de que fica neste tragetos,´ja foi pegado, muito,
trabalhador,foi mandado para mata, é até, a gora niguei, do meio abente
si manifestou, o projeta da, NP confideração,nacional do pretório vão
sai destro da mata fazendo,estrada como picada, é fazendor glande,
buraco na mata para desse ,éli-copio,é também, fazendo ,buraco no chão,
de 4 metro,de fudura,para coloca esprosivio, depos vem uma
é quipim,esprudindo,todo eu estou achando, amigo que vai morre, muito
animal, é muito peixe também, pode traze para o acre muita doencia como
cáncio é outra coisa também, todo atrais de pretrolho, ou mais dinheiro,
para o Governo,eu estou, pessado o que pode acontesse, com muito
,pessoa ,que maro dentro da floresta,a braço para todos amigo</i><br />
<br />
<i>"Para todos amigos, em Cruzeiro do Sul começa o trabalho de uma empresa, GEORADAR, pegando de Porto Walter até Ipixuna, cobrindo toda esta área que fica neste trajeto. Já foi pego muito trabalhador, foi mandado pra mata, e até agora ninguém do meio ambiente se manifestou. O projeto da ANP, confederação </i>[na verdade Agência] <i>nacional do petróleo vai sair dentro da mata fazendo estrada como picada e fazendo grande buraco na mata para descer helicóptero, e também fazendo buraco no chão de 4 metros de fundura para colocar explosivo, depois vem uma equipe explodindo tudo. Eu estou achando, amigo, que vai morrer muito animal e muito peixe também, pode trazer para o Acre muita doença como cancêr e outra coisa também, tudo atrás de petróleo ou mais dinheiro para o Governo. Eu estou pensando o que pode acontecer com muitas pessoas que moram dentro da floresta. Abraço para todos amigos." </i>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-25824702539331976732012-03-20T16:00:00.000-07:002012-03-20T16:00:01.086-07:00Convite<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-nKt933uNS5A/T2kLq3y7JQI/AAAAAAAABqo/35EeqQbA06k/s1600/convite+-+Papo+de+Indio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="218" src="http://2.bp.blogspot.com/-nKt933uNS5A/T2kLq3y7JQI/AAAAAAAABqo/35EeqQbA06k/s320/convite+-+Papo+de+Indio.jpg" width="320" /></a></div>
<br />Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-83764008602370540622012-03-07T08:03:00.002-08:002012-03-20T16:03:03.102-07:00Resex Alto Juruá: madeira, gado e vila<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-tb2-rNj7kEY/T1eFvG6CgMI/AAAAAAAABqc/qw5p9zaP5fE/s1600/fevereiro_2012+397.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-tb2-rNj7kEY/T1eFvG6CgMI/AAAAAAAABqc/qw5p9zaP5fE/s320/fevereiro_2012+397.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Marechal Thaumaturgo, Acre, Brasil, 29
de fevereiro de 2012</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Aos responsáveis pelos seguintes
orgãos e demais interessados:</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
ICMBio</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
ASAREAJ</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Polícia Federal</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Prefeitura de Marechal Thaumaturgo</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Polícia Civil</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Quero aqui denunciar uma situação que
está ocorrendo em nossa comunidade da vila Restauração, alto rio
Tejo, Reserva Extrativista do Alto Juruá. Precisamos de apoio para
encontrar urgentemente uma solução.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
O que me motivou a escrever esta carta
é uma grande retirada de madeiras de lei agora acontecendo em vários
pontos aqui na região (Boa Vista, boca do Manteiga, Cachoeira do
Jarana e Restauração) – estima-se em 250 dúzias de tábuas, além
da madeira quadrada. Esta retirada está sendo promovida por um
morador novato aqui na Reserva, pois chegou aqui por volta de 2005.
Trata-se do sr. José dos Santos Farias, conhecido como José
Ripardo.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Este sr., desde que aqui chegou, abriu
uma área de pastagem muito acima do limite permitido pelo Plano de
Utilização (que é de 15 ha, incluindo casa, terreiro, roçados e
área de criação), onde colocou em torno de 60 cabeças de gado.
Desde 2010, ele já vem sendo advertido pelo ICMBio, que proibiu
novas derrubadas. Em novembro de 2011, numa reunião com
representantes do ICMBio de Cruzeiro do Sul (Urbano Lopes, Chico Ginú
e Figueiredo) na vila Restauração, o sr. José Ripardo foi
advertido que não podia plantar capim numa nova área que acabara de
queimar. No dia seguinte a saída da equipe do ICMBio, ele deu
início ao plantio de capim! O sr. José Ripardo também abriu um
comércio na vila e uma serraria, que beneficiou boa parte da madeira
usada nas casas do crédito - moradia do Incra. Este comércio foi
recentemente vendido a um outro comerciante da sede do município
(que atende pelo apelido de “Ceará”), assim também como o gado,
este repassado para outro comerciante, desta vez de Cruzeiro do Sul e
que atende pelo apelido de “Socó”.
</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Como é possível tanto desafio a
Justiça do nosso país e as leis da Reserva?</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
No exato momento em que escrevo esta
carta, o sr. José Ripardo deu início as obras de um novo ponto
comercial, de dois pisos, utilizando justamente a madeira retirada de
que falei acima [aí na foto sendo beneficiada na serraria do infrator]. Esta obra, acredito, contém várias
irregularidades, pois está tapando o caminho da escola, deslocando o
trapicho de circulação dos moradores, deverá mexer com a rede
elétrica da vila Restauração e desrespeitar o espaço privado de
outras moradias. Além disso tudo, o sr. José Ripardo tem o costume
de andar armado (revólver calibre 32). Isto intimida o restante dos
moradores que, assim como eu, sentem-se prejudicados pelas ações
deste sr. Pelas leis da Reserva, este tipo de infrator deveria ser expulso da Reserva.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Diante disso tudo, é urgente que as
autoridades responsáveis tomem as providências para impedir esta
obra e as irregularidades de retirada de madeira, abertura de
pastagens e comercialização de terras que vem acontecendo aqui na
Restauração, justamente o local onde começou a luta pela criação
da Reserva.</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
Francisco das Chagas Bezerra do
Nascimento (Nino)</div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
<a href="mailto:chagas-nascimento@hotmail.com" target="_blank">chagas-nascimento@hotmail.com</a></div>
<div style="margin-bottom: 0cm;">
68 84118437 </div>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-45017231750796227612011-12-05T09:57:00.001-08:002011-12-05T12:29:46.964-08:00Salve Lábrea!<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;">O tema das Reservas Extrativistas parece estar de novo em pauta. Pelo menos é o que parece pela "<a href="http://racismoambiental.net.br/2011/11/carta-de-labrea/">Carta de Lábrea</a>: o chamado da floresta do sul do Amazonas e norte de Rondônia". Gostei de ler e mais ainda de saber que os moradores de unidades de conservação tais como as Resex estão buscando formas de se fazer ouvir quanto à situação de gestão de seus territórios.</span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal;">
<span style="font-size: small;">O documento informa que no mês de novembro, na cidade amazonense de Lábrea, ocorreu um encontro entre lideranças comunitárias, muitas delas membros dos Conselhos Deliberativos de 11 unidades de conservação de uso sustentável (Resex, Flonas, RDS e Estações Ecológicas), organizadas estas em 15 associações de moradores. O núcleo central das discussões expressas na Carta diz respeito à "gestão participativa". </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal;">
<span style="font-size: small;">Para seus signatários, a gestão participativa ocorre quando todas as decisões relativas as unidades de conservação de uso sustentável (ou seja, aquelas que contemplam legalmente a presença humana em seu interior) são tomadas a partir de uma consulta aos seus moradores. Em toda a Carta este aparece como o argumento irredutível.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal;">
<span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;">"Infelizmente",
avaliam os signatários da Carta, "isso não está funcionando como deveria porque, na maioria das vezes, o ICMBio
decide tudo, atropelando os conselhos, sem levar em consideração a vontade das
comunidades." O orgão gestor das unidades é acusado de "abuso de autoridade, intimidação, desrespeito cultural das populações", marcando sua atuação por ações fiscalizatórias. A lentidão na elaboração dos planos de manejo das unidades, a falta de transparência na prestação de contas e planejamento orçamentário, excesso de burocratização dos procedimentos, falta de recursos para que os conselheiros possam efetivamente realizar o seu trabalho, entre outros, são apontados como problemas relativos a não existência de uma "gestão participativa". Por
outro lado, a Carta não põe só pimenta no olho alheio, como se diz, e
avalia também o que é um bom, ou boa, conselheiro, ou conselheira: aquele, ou aquela, que "</span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">dá
bons exemplos para que os comunitários não façam coisas erradas, que é bem
esclarecido(a) nas questões de tomada de decisão, bem participativo(a) nas
reuniões do conselho e em seu setor de trabalho, cumprindo portanto com seu
objetivo de porta voz do povo ribeirinho".</span><span style="font-size: small;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="font-size: small;">Fiquei "de cara" lendo a carta. De alguma forma ela expressava preocupações que já tinha ouvido de alguns pesquisadores (como eu mesma) logo após a promulgação do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), em 2000: em síntese, eram criadas novas condições para a criação e gestão das unidades de conservação de uso sustentável que ameaçavam a autonomia dos moradores e suas instâncias de representação. O poder mudava de mãos, contrariando o espírito no qual as Resex, por exemplo, foram criadas: fruto da luta dos seringueiros, uma área onde estariam "em casa". E quem manda na sua casa, como se sabe, é o morador. Claro, leis teriam que ser criadas, ou legitimadas, como em geral foi o caso dos Planos de Utilização, que registravam, agora com força de lei oficial, usos e costumes tradicionais. Claro também que tudo isso, para funcionar, supunha uma série de condições. No Alto Juruá tivemos oportunidade de checar tudo isso em ações de pesquisa e extensão ao longo dos anos de 1990, como também observar os efeitos dramáticos da parceria entre associações locais e o poder público (em todas as suas esferas) num contexto de abundância de recursos da cooperação internacional (Projeto Resex).</span></div>
<div style="font-family: Georgia,"Times New Roman",serif;">
<br />
<span style="font-size: small;">Claro que associações, orgãos gestores e instituições parceiras não são iguais em toda parte, e não se trata agora de sair crucificando potenciais culpados indistintamente. Não há culpados nem inocentes, mas uma questão - a da gestão desses territórios - a ser enfrentada. E isso tudo me reportou novamente a área que melhor conheço - a Reserva Extrativista do Alto Juruá - e sobre a qual gostaria de contar algumas coisas numa próxima postagem. Esta, por hora, vem saudar Lábrea!</span></div>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-19793072593208304062011-11-11T18:32:00.001-08:002011-11-11T19:02:34.176-08:00SOS Res-Pública<div style="text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-IUHoz1ZHLu0/Tr3hcRM9ysI/AAAAAAAABqA/XnWFoTiXziw/s1600/UNIR_RO.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="http://3.bp.blogspot.com/-IUHoz1ZHLu0/Tr3hcRM9ysI/AAAAAAAABqA/XnWFoTiXziw/s320/UNIR_RO.jpg" width="320" /></a><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">A Universidade Federal de Rondônia, seus alunos, técnicos e professores estão enfrentando uma situação surreal e que não tem conseguido furar a blindagem imposta para que informações sobre o que está acontecendo cheguem a conhecimento público. Como nos disse hoje o professor e antropólogo Estevão Fernandes em visita a capital acreana para assistir a um evento científico, a questão da greve em curso é um assunto interno, universitário, da comunidade com o reitor. O que causa apreensão e insegurança, declarou, são antes denúncias de violação de direitos humanos, de improbidade administrativa e tráfico de influências que tem sido sistematicamente ignoradas, seja pela imprensa, seja por orgãos públicos competentes. Ao que tudo indica, trata-se de uma apropriação e rapinagem da <i>coisa pública </i>por grupos políticos instalados em posições de poder no estado. </span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Como furar a barreira? O email abaixo, repleto de links que dão suporte ao que está dito, é uma tentativa de fazer isso. Por favor, repassem, divulguem, que sabe encontramos uma brecha. Sempre tem uma brecha. </span><br />
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">"Caros amigos
e colegas,</span><br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> </span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span></span> Não, este
não é mais um daqueles malditos spams que são enviados para listas
intermináveis. É, sim, um pedido de socorro...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span> </span> Estamos
nós, antropólogos, tão acostumados a ler ou escrever sobre absurdos na Amazônia
em assuntos relacionados a povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos,
camponeses, entre outros, que o conteúdo deste email parecerá, aos que não
estão acostumados com a realidade amazônica, surreal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span></span><b>No Estado de Rondônia, hoje, alunos estão
sendo ameaçados, professores universitários presos, deputados agredidos pela
polícia federal e jornalistas coagidos por essa mesma polícia</b>. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span></span> A seguir
alguns links para situá-los: [clique <a href="http://www.oobservador.com/nacional/professores-estudantes-e-jornalistas-estao-sob-ameaca-da-pf-em-rondonia-denuncia-movimento-grevista.html">aqui</a>, <a href="http://candidoneto.blogspot.com/2011/10/prossegue-luta-na-unir-e-policia.html">aqui</a> e <a href="http://www.sidneyrezende.com/noticia/150527+greve+na+universidade+federal+de+rondonia+nao+tem+previsao+de+acabar">aqui</a>]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span></span></span><a href="http://www.oobservador.com/nacional/professores-estudantes-e-jornalistas-estao-sob-ameaca-da-pf-em-rondonia-denuncia-movimento-grevista.html" target="_blank"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"></span></a><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span></div>
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span> </span>Resumidamente,
em meados de setembro deste ano, professores e alunos da Universidade Federal
de Rondônia (UNIR) entraram em greve, não por melhorias salariais, mas por
melhores condições de trabalho e estudo. </span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-IUHoz1ZHLu0/Tr3hcRM9ysI/AAAAAAAABqA/XnWFoTiXziw/s1600/UNIR_RO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"> Vão aí, a título de ilustração, mais dois links com fotos do
estado de nosso campus em Porto Velho (<a href="http://www.rondoniagora.com/imagens/exclusivo/UNIR_ABANDONO/pages/index001.htm">foto 1</a> e <a href="http://www.rondoniagora.com/imagens/exclusivo/UNIR_ABANDONO2/pages/index001.htm">foto 2</a>) e um terceiro link, com um <a href="http://pt.scribd.com/doc/70785551/Laudo-bombeiros">laudo técnico</a>
do corpo de bombeiros tornado público nesta semana:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Em resposta a pauta grevista, a
administração da Universidade disse que as reivindicações por melhorias não
fariam sentido, já que a Universidade, por mais que apresentasse problemas,
estava bem, obrigado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Aos poucos, o movimento dos alunos se
transformou em um movimento para afastamento da administração atual, por
entender que havia uma série de denúncias (em licitações, obras, recursos,
fundação de apoio, concursos públicos, etc.) que precisavam ser tiradas a
limpo. Ato contínuo, o movimento grevista montou um dossiê de 1.500 páginas
onde essas denúncias eram sistematizadas e foi a Brasilia, encaminha-las ao MEC
e a Casa Civil, da Presidência da República.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Na Casa Civil, com todas as letras,
ouviram de um assessor que uma vez que a administração atual da Universidade
contava com o apoio de um político da executiva nacional do PMDB, base aliada
do Governo Federal no congresso, nada haveria a ser feito. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Há alguns dias a Polícia Federal, em
uma tentativa desastrada (e desastrosa) de descoupação do prédio da Reitoria,
ocupada por alunos da instituição há quase um mês, acabou agredindo um Deputado
Federal que lá estava, tentando negociar (Deputado Mauro Nazif, PSB-RO) e
prendendo um professor, que nada fazia a não ser observar a cena.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Abaixo alguns vídeos mostrando o
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=xeBQh3BlGaU&feature=player_embedded">momento da prisão</a> do Prof. Valdir Aparecido, do Departamento de História (Campus
de Porto Velho), bem como a <a href="http://www.youtube.com/watch?v=II88f_0Xn_E">agressão</a> ao <a href="http://www.youtube.com/watch?v=xnj1zx0nW3M">parlamentar</a>:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Já o <a href="http://www.rondoniagora.com/noticias/nazif-reafirma-agressao-de-agente-federal-e-identifica-agressor-2011-10-21.htm">link abaixo</a> contém uma foto do
mesmo momento da prisão onde se vê, de branco, ao centro, o prof. Valdir sendo
levado por dois agentes a paisana (um moreno, a esquerda, com uma pistola na
mão e outro, a direita, de camisa vermelha, com um cassetete, que daí a alguns
segundos seria utilizado para agredir o Deputado Nazif, de camisa azul clara,
no alto da imagem, à direita). De laranja, no canto esquerdo da foto, um rapaz
que se identificou como agente da PF, carregando uma câmera subtraída de um dos
professores que teria registrado parte da confusão):</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><a href="http://www.rondoniagora.com/noticias/nazif-reafirma-agressao-de-agente-federal-e-identifica-agressor-2011-10-21.htm" target="_blank"></a></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Naquela mesma noite o Prof. Valdir
foi encaminhado a um presídio comum, chamado “Urso Panda”, onde passou a noite
em uma cela.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Alguns dias após o ocorrido, um
jornalista local foi <a href="http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2011/10/25/jornalista-de-rondonia-diz-ter-sido-ameacado-por-delegado-da-pf-apos-publicar-texto-de-estudantes-em-greve-925652693.asp">coagido</a> por Policiais Federais, por publicar notícias
apoiando a greve na Universidade.</span><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> Esta é, basicamente, a situação por
aqui: agressão, medo, coersão e ameaças, fazendo uso da máquina pública e de
agentes que deveriam proteger a população. O que nos parece, aqui em Porto
Velho, é que tanto essas ações truculentas quanto a conivência do Governo
Federal e a invisibilidade da questão na imprensa nacional se deve, sobretudo,
ao fato de nosso reitor ser aliado político e amigo pessoal de membros da
direção do maior partido da base aliada do Governo Federal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Longe de mim acusar que quer que
seja. Afinal, é bem possível que todos os implicados nessa história sejam
absolutamente inocentes e/ou tenham agido de boa fé. Entretanto, a única forma
de garantirmos transparência no processo de investigação nos fatos aqui
relatados divulgando esses acontecimentos junto aos nossos contatos em OnGs,
Governo, imprensa e associações científicas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Há informações atualizadas sobre
esses eventos no site mantido pelo <a href="http://comandodegreveunir.blogspot.com/">comando de greve</a> da Universidade, </span><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">do qual, diga-se, não sou parte.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Aos que me conhecem, sabem que não
faço o perfil de politiqueiro ou sindicalista e, mais que isso, jamais
entulharia as caixas postais de vocês se não fosse estritamente necessário, mas
o fato é que meus colegas de Universidade, alunos, jornalistas e simpatizantes
estão, hoje, com medo de morrer. Precisamos de ajuda por aqui, urgente!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Espero contar com a compreensão e
ajuda de todos na divulgação do que tem acontecido por aqui. Qualquer coisa,
sintam-se a vontade para me escrever a qualquer momento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Um cordial abraço,</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<b><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Prof. Estêvão Rafael Fernandes</span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Chefe do Departamento de C. Sociais</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Universidade Federal de Rondônia (UNIR)</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Coordenador do Observatório de Direitos Humanos de Rondônia
(CENHPRE/UNIR)</span></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: right; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Porto Velho, RO, Brasil</span></div>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-54514938787988101282011-11-11T10:04:00.001-08:002011-11-11T10:18:53.456-08:00Engasgados...Acho que é assim que boa parte de nós, que moramos na Amazônia ou a ela nos dedicamos - entendida aqui como seus moradores todos, humanos e não-humanos - estamos nos sentindo nesses últimos tempos. Engasgados, e também revoltados, sem saber muito bem como fazer para parar a onda de insanidade e perversidade que tomou conta dos nossos poderes públicos, notadamente na esfera federal, mas não só. Belo Monte, Código Florestal, mineração em Terras Indígenas, identificação e demarcação de territórios étnicos, a inacreditável articulação da bancada ruralista frente ao entreguismo dos setores "ambientalistas" do governo, certamente com o aval da presidenta (mandona do jeito que ela é), o tranquilo ignorar do Brasil à convocação da OEA, a "abertura de pernas" ao licenciamento das grandes obras - é muita pancada de uma só vez. E aqui na província, afinada com o movimento mais geral do "desenvolvimento", o milho trangênico já sendo plantado e a Monsanto parece que vai mesmo salvar a nossa agricultura tão pobrinha...<br />
<br />
É muita falta de criatividade e de ousadia, e muita subordinação e serventia. Belo exemplo o nosso para os nossos vizinhos latino-americanos e africanos. E o pior é que parece que queremos ser os tais do hemisfério sul, reacionários endinherados e "desenvolvidos", comendo veneno, sendo cruéis, alegremente vendendo nosso bem mais precioso - nós mesmos - ao Capital.<br />
<br />
Repasso link que nosso colega Marcos Matos pescou na internet, <a href="http://revistaforum.com.br/idelberavelar/2011/11/10/535/">excelente artigo</a> para os tempos que correm.<br />
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<br />Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-7385670421677334092011-11-03T19:30:00.000-07:002011-11-03T19:30:14.311-07:00Comentário em defesa da Carta do Acre<div style="text-align: right;">
<i>Michael F. Schimidlehner</i></div>
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Caros
integrantes da rede [amazoniaindigena],</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
Venho
acrescentar algumas observações acerca da nossa Carta do Acre. Sei que este
assunto não se insere exatamente nos temas pautados por esta rede. Mas como ele
já surgiu, podemos abrir um parênteses para ele. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
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Certamente o governo da floresta trouxe uma mudança inédita
e fundamental no Acre. Foi uma mudança da noite para o dia. Não só pôs um fim
num regime de terror, acabando com o crime organizado e esquadrão da morte, mas
sobretudo introduziu uma mudança de valores, preconizando cidadania e
socioambientalismo, ou como foi chamado, a florestania. Neste primeiro momento,
a diferenciação bipolar, que os governantes da Frente Popular do Acre costumam
fazer entre aqueles que “amam o Acre”, e os que querem destruí-lo fazia muito
sentido e foi aprovada pela grande maioria da população.</div>
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<br /></div>
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Entretanto, não podemos negar que com o passar do tempo,
este governo também teve que seguir as regras que definem do jogo da
governabilidade, fazendo compromissos e alianças com forças anteriormente
consideradas inimigas, adotar um curso mais pragmático e parcialmente abrir mão
dos valores que havia defendido originalmente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ao mesmo tempo, houve tendências autoritárias neste governo
e o discurso de polarização foi mantido, tornando-se gradativamente um discurso
de exclusão e censura. Desta forma, a criação de um espaço de autocrítica
sincera da frente popular foi por ela mesma impedido. Quem expressava um pensamento mais crítico,
corria risco de ser taxado como inimigo do Acre. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não quero me alongar neste ponto sobre o histórico da frente
popular no Acre. Para quem se interessa, posso recomendar um artigo bastante
esclarecedor que foi publicado no <a href="http://altino.blogspot.com/2011/10/no-acre-o-amor-nos-tempos-da-colera.html">blog do Altino Machado</a>. </div>
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<div class="MsoNormal">
Referente às pessoas e instituições que assinaram a carta, posso dizer o seguinte:
Certamente não odeiam o Acre, nem seu atual governo. No seminário participaram
ativamente antigos companheiros de Chico Mendes que, juntos com ele, nas
decadas 70 e 80 ariscaram suas vidas em defesa dos povos da floresta. Muitas
das críticas – especificamente as críticas acerca do governo - foram feitas por
eles. A carta é, na sua maior parte, um resumo dos comentários que os
participantes acrianos e acrianas fizeram, após terem ouvido as apresentações
sobre REDD e BNDS. O documento foi lido várias vezes. Não podemos julgar que as
ONGs e Sindicatos Rurais assinaram a carta por ingenuidade. Foi um evento
altamente participativo e um momento de forte confraternização. A carta
representa sim, o pensamento de uma parcela do movimento do Acre. O fato de a
atuação de algumas destas organizações hoje talvez não ser tão pró-ativa
atribui-se também ao esvaziamento que o movimento socioambiental sofreu a
partir do momento que a frente popular assumiu o governo sob a bandeira do
socioambientalismo. </div>
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<br /></div>
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Sinto que o problema da carta é que ela entra num momento –
nas vésperas das eleições 2012 – quando os partidos políticos começam se armar
para a disputa e as forças da direita e as oligarquias do agronegócio iniciam
seus ataques. Poder-se-ia argumentar que num momento em que há perigo do
governo da frente popular poder ser derrubado e substituído por um governo
muito pior da direita, deveríamos nos reter com críticas demais radicais e nos
declarar, apesar de seus defeitos,
solidários com este governo. Opor o governo seria neste momento
imprudente para quem é compromissado com o socioambientalismo. Mas eu acho que
não é bem assim. Nós, como não-governamentais não podemos deixar nos forçar de
“escolher o lado” entre partidos ou governos mais ou menos maus. Os movimentos
sociais, quando perdem sua independência do governo, estancam, deixam de ser
movimentos e passam a fazer parte de um jogo de hegemonia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Também costuma-se argumentar que críticas sempre devem ser
construtivas, ou seja, não se deve apenas questionar, mas também se
responsabilizar, no sentido de ofertar soluções alternativas. Entretanto, em certos momentos faz-se
necessário - mesmo sem ter uma solução
alternativa - simplesmente questionar certas noções, principalmente quando
estas noções vem sendo introduzidas de forma forçada, de cima para baixo. E
isso também é o caso nas concepções de REDD e ABS (repartição de benefícios).
Estes mecanismos mercadológicos foram concebidos pelos governos no âmbito da
ONU sob pressão de interesses comerciais e agora vem sendo apresentados como se
fossem soluções sem alternativa. As consultas com as comunidades indígenas e
locais, como os governos promovem tendem a reduzir a problemática a questões
técnicas e pragmáticas, pressupondo que a príncipio se trata de uma solução. </div>
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<br /></div>
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Ainda tem muito pouca discussão com as comunidades sobre os pontos
questionáveis, tanto no que se refere as consequências práticas (quais reais
impactos e dependências estes acordos podem trazer para as comunidades em longo
prazo), quanto as questões da ideologia por trás destes mecanismos (no caso do
REDD poder continuar poluir, compensando em outro lugar, no caso do ABS poder
continuar patentear os recursos e conhecimentos dos povos da floresta,
pagando-os) . Faz-se necessário promover não apenas consultas e capacitações,
mas também contribuir com autodeterminação e empoderamento destes povos e
comunidades para que eles possam desenvolver sua própria forma de gestão e
política da biodiversidade. Da mesma forma, é necessário que as argumentações
contra a implementação destes mecanismos possam se articular livremente,
contrapondo o discurso dominante e servindo de informação alternativa para as
comunidades na sua tomada de decisão.</div>
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<br /></div>
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Neste sentido a Carta do Acre traz uma crítica radical,
lembrando que a origem da palavra “radical” é de “ir até a raiz”. O que pode
parecer a primeira vista uma série de assuntos diferentes – REDD, BNDES,
extração de madeira, desvirtualização da imagem de Chico Mendes – encontra na
sua raíz o mesmo problema, que é a mercantilização da natureza e a penetração
dos espaços físicos e simbólicos da nossa vida pelo interesse comercial. </div>
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No mundo inteiro, movimentos sociais e ambientais vem se
alertando sobre esta problemática. A Carta do Acre tem que ser levada a sério.
Ela é uma importante contribuição com a discussão mais livre e mais
radicalmente crítica.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um grande abraco,</div>
<div class="MsoNormal">
Michael</div>
<div class="MsoNormal">
Amazonlink.org</div>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-2197514619967801302011-11-01T13:40:00.000-07:002011-11-01T13:40:58.400-07:00Esse tal de manejoNo dia 11 de outubro passado uma carta divulgada após um encontro que discutiu as estratégias do "capitalismo verde" (como vêm sendo caracterizadas as boas intenções do capitalismo com relação a natureza, e todo mundo sabe que de boas intenções, pois é, o inferno está cheio) deu início a uma série de emails, manifestos, postagens, matérias de jornal defendendo e atacando o referido documento. Trata-se da Carta do Acre, facilmente encontrável em qualquer busca no Google (por exemplo, <a href="http://altino.blogspot.com/2011/10/carta-do-acre.html">aqui</a>). Uma constelação variada de instituições (acadêmicas, ambientalistas,
sindicais, núcleos, redes etc) assinam a mesma. O debate esquentou logo. As reações a ela podem ser, algumas delas, acessadas no site da <a href="http://www.cpiacre.org.br/1/index.php?option=com_content&view=article&id=155:organizacoes-da-sociedade-civil-em-apoio-ao-desenvolvimento-sustentavel-do-acre&catid=35:noticias&Itemid=55">CPI</a>, do <a href="http://pagina20.uol.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=25188">Página 20</a> e num <a href="http://insurgentecoletivo.blogspot.com/2011/10/alguma-coisa-esta-fora-da-ordem.html">blog</a>. O tema que pegou fogo foi o manejo florestal madeireiro, questionado em sua real sustentabilidade.<br />
<br />
Objeto de discussão internacional há já algum tempo, o conceito de "desenvolvimento sustentável" aqui no Acre (mas não só, é claro) é usado "a torto e a direito", pela esquerda e pela direita. Recentemente ouvi numa brilhante palestra de um intelectual acreano esclarecendo que o que está em jogo é um desenvolvimento sustentável sim, o do capitalismo, ou seja, as estratégias de sustentar e garantir a continuidade (e incremento) da ordem capitalista que nos domina. E aí chama atenção a dificuldade que temos aqui no Acre em fazer essa discussão, logo aqui onde, com o "governo da floresta", lá nos seus primórdios, pretendíamos um outro desenvolvimento, uma espécie de ecodesenvolvimento. E aí, estamos vencendo a parada? Conseguimos nos manter íntegros nesta caminhada? Ou o barco está adernando, o mercado é mais forte e, por mais que lutemos, corremos o risco de naufragar em nossas propostas? Ou grupos menos interessados na conversa ambiental e na diversidade sociocultural estão no poder? A florestania, em sua concepção original filosófica, foi finalmente de todo descartada? <br />
<br />Tema pra conversa é o que não falta. Talvez o que falte seja liberdade para pensar sobre o que não costumamos pensar, sem saber onde vai dar... A questão do manejo é complexa, e digo isso sem ser especialista no tema, embora conhecedora dos grupos tradicionais que vem sendo envolvidos nele. O capitalismo taí, na nossa cola, como fazer para mantermos a floresta? E aí o manejo aparece como solução irrecusável. Mas talvez o problema seja justamente o capitalismo, como estão gritando os manifestantes de Wall Street. Aceitamos o manejo pra viver menos mal sob o capitalismo? Já ouvi isso de alunos e amigos da engenharia florestal.<br />
<br />
Desconfio desta formula, mesmo porque, para além do manejo, estamos mesmo queimando a floresta, está mais quente, as "mudanças climáticas" estão aí, é só conversar com seringueiros de Feijó pra saber que há deles que, quando vão cortar seringa, precisam levar uma garrafinha de água pra estrada pois os igarapés (aqueles de água friinha, que mesmo no verão estavam lá) agora secam. O manejo florestal não é algo técnico strictu sensu, embora envolva conhecimentos técnicos (que inclusive não deveriam ser inteiramente credidatos à ciência, como se os povos da floresta não a manejassem sem nós). Então não estamos tratando de algo neutro, o manejo tem também sua ideologia, implica uma ontologia sobre o que é a floresta, o que ali vive, como vive, o que fazer etc. <br />
<br />
Talvez ele seja bom para as madeireiras (embora elas se queixem que os custos subiram muito), para os trabalhadores nelas empregados, para o governo. Talvez. Mas eu estaria interessada mesmo é no que percebem os diferentes seres que vivem na floresta de fato: índios, seringueiros, agricultores, castanheiros, onças, pacas, antas, macacos, tatus, nambus, surubins, mandins & cia. Nessa discussão, sinto falta de argumentos de um tipo de pesquisa, a antropológica, a etnografia, o nome que queiram dar, o importante é autonomia e qualidade. Pesquisa apoiada em trabalho de campo, daquele de ir lá morar um tempo, conversar com as pessoas, acompanhar in loco a vida na floresta, levar a sério o que os moradores da mata estão dizendo e avaliando, o que dizem sobre sua relação com a mata e os seres não-humanos, que mudanças percebem, como estão sendo afetados pelos empreendimentos madeireiros empresariais e também pelos comunitários, se estão felizes e satisfeitos, não só com dinheiro no bolso, mas com a vida mesmo. Esta conversa mais qualificada, ainda não vi acontecer.Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-73699577792181508492011-10-08T12:11:00.000-07:002011-10-08T12:13:55.325-07:00Amazônia no Rio de Janeiro!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-NKETFQslzUU/TpCgkFmSMqI/AAAAAAAABV0/cQv8NSN2vNg/s1600/PNCSA_exposicao_JBRJ_14out2011.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 393px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-NKETFQslzUU/TpCgkFmSMqI/AAAAAAAABV0/cQv8NSN2vNg/s400/PNCSA_exposicao_JBRJ_14out2011.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5661201273443201698" border="0" /></a>Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6227566782404908643.post-9570699905924188552011-09-01T16:51:00.000-07:002011-09-01T16:54:11.718-07:00Novo evento imperdível!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-1WpKyOA44ZE/TmAax5Z_UyI/AAAAAAAABVs/DO9xdAo76oU/s1600/convite_virtual.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 260px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-1WpKyOA44ZE/TmAax5Z_UyI/AAAAAAAABVs/DO9xdAo76oU/s400/convite_virtual.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5647543377248342818" border="0" /></a>
<br />
<br />Aflorahttp://www.blogger.com/profile/11277173639997716276noreply@blogger.com0